Juros sobem novamente para enriquecer banqueiros e rentistas sacrificando o desenvolvimento nacional

Em reunião realizada nesta quarta-feira (29) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central determinou nova alta da taxa básica de juros (Selic), que subiu de 12,25% para 13,25% ao ano.

A decisão, em linha com as perspectivas do mercado financeiro, segue na contramão dos interesses nacionais e conspira claramente contra o crescimento da economia e o desenvolvimento nacional. É surpreendente que tenha sido adotada na primeira reunião do comitê liderada pelo novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, economista ligado ao ministro Fernando Haddad que foi indicado por Lula.

“Com essa política de juros escorchantes, o Brasil pode nadar, nadar e morrer na praia. O governo Lula precisa elevar o tom contra o ‘deus mercado’, que não sabe o custo do feijão no supermercado. Uma taxa de juros no patamar sugerido pelo Banco Central, endossado pelo Gabriel Galípolo, é o alimento para a especulação, para o grande capital, para a banca rentista, que está patrocinando uma política contrária ao desenvolvimento do país”, declarou o presidente da CTB, Adilson Araújo.

A atual política monetária, que faz do Brasil um paraíso dos rentistas com a taxa de juros reais mais alta do mundo (três vezes superior à dos EUA), funciona como um veneno para a economia.  Deprime o consumo e os investimentos e condena a economia nacional aos que os economistas batizaram de voo de galinha, alternando taxas de crescimento medíocre com a estagnação do PIB.

O Copom também sinalizou com uma nova alta de 1% na Selic em sua próxima reunião, o que poderá se transformar em fato consumado se não houver uma grande mobilização social em sentido contrário.

Conforme o presidente da CTB, a elevação da Selic “contraria toda e qualquer expectativa de um país que reclama um novo projeto nacional de desenvolvimento fundamentado numa política de valorização do trabalho e do trabalhador. Eu diria que é um contrassenso muito grande. A orientação do Galípolo contraria inclusive as expectativas do governo que vem debatendo, sobretudo com os setores produtivos, a necessidade de a gente trilhar uma nova rota, observando a necessidade imperativa de reduzir a taxa de juros para resgatar o protagonismo da produção industrial. Eu penso que é necessário elevar o tom. É preciso que a sociedade brasileira se convença do quanto se faz necessário o brado retumbante de grandes manifestações pela redução substancial da Selic.”

 

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