Mantega diz que objetivo do mercado é “manter o governo nas cordas”
O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo que as medidas anunciadas no pacote de gastos não causam desequilíbrio das contas públicas. Mantega ressaltou que a cotação do dólar, que atingiu patamar recorde de R$ 6, está “totalmente fora do lugar” e afirmou não ver irresponsabilidade fiscal por parte do governo. Mantega foi ministro da Fazenda de 2006 a 2015, durante os 2 primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governo do Dilma Roussef (PT).
Com autoridade de quem já foi ministro de Estado, Mantega alertou para os interesses dos poderosos que dominam o mercado financeiro e dão o tom da reação da “Faria Lima”.
“O presidente Lula não pode ficar só fazendo os caprichos do mercado, porque, na verdade, o que aumenta a dívida pública são os juros [altos]”, diz.
É a verdade, embora a verdade seja encoberta pelos monopólios da comunicação, cujos donos comungam dos mesmos interesses e ideias da oligarquia financeira.
O pagamento dos juros, abocanhados principalmente por banqueiros e rentistas ociosos, consome metade do Orçamento da União e é como garantia de que serão religiosamente pagos e não haverá calote que esses ricos e poderosos senhores exigem cortes na carne do povo, ou seja, fim da política de valorização do salário mínimo, redução de verbas para Educação, Saúde e políticas sociais, nova “reforma” da Previdência e outras medidas contra o povo.
Apesar do falso consenso que a mídia burguesa procura criar, o Brasil não está na iminência de uma crise fiscal. É preciso que os trabalhadores e trabalhadoras compreendam o que está em jogo no conflito político e ideológico sobre a situação fiscal do país para que possam defender seus interesses, que por sinal servem melhor os interesses maiores do povo e o desenvolvimento nacional.
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