Federação, hoje sediada em Betim (MG), também passará a ter uma subsede na capital paulista
A Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal) realizou, na sexta-feira (29) e no sábado (30), a reunião de sua diretoria, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, em Volta Redonda (RJ). A programação teve formato híbrido – parte da direção participou por videoconferência.
A reunião foi coordenada pelo presidente da Fitmetal, Assis Melo, e pela diretora de Finanças, Andreia Diniz. Antes dos trabalhos, Edimar Miguel Pereira Leite, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, deu as boas-vindas aos dirigentes. Em novembro, o sindicato anunciou sua filiação tanto à Fitmetal quanto à CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).
Também participaram da reunião Adilson Araujo, presidente nacional da CTB, e Nivaldo Santana, secretário Sindical do PCdoB. Nivaldo fez uma intervenção sobre a conjuntura nacional, com foco nos rumos do governo Lula. Já Adilson ressaltou os desafios do movimento sindical.
Os dois criticaram as pressões do mercado – especialmente do setor financeiro –, que cobra do governo federal o corte de gastos sociais. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ajuste fiscal nas contas da União vai levar a uma economia de R$ 70 bilhões no orçamento em 2025 e 2026. O pacote, porém, penaliza os trabalhadores, ao limitar a valorização do salário mínimo e restringir o acesso a direitos como o abono salarial (PIS/Pasep) e o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Em contrapartida, Nivaldo e Adilson comemoraram a revisão na tabela do Imposto de Renda (IR). Trabalhadores que ganham até R$ 5 mil se tornarão isentos a partir de 2026 – o que beneficiará 36 milhões de contribuintes, conforme a Unafisco (Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil). Hoje, a faixa de isenção é de R$ R2.259,20.
Segundo Adilson, a luta pela “correção já” do IR é prioridade na CTB, que chamou uma Assembleia Virtual para quinta-feira (5), às 18 horas. A atividade terá como debatedores o economista Luiz Gonzaga Belluzzo (professor titular do Instituto de Economia da Unicamp) e a socióloga Adriana Marcolino (diretora técnica do Dieese).
Ainda no primeiro dia da reunião, Andreia Diniz apresentou um balanço da atuação da Fitmetal desde o início da atual gestão da diretoria, em 2022. Os sindicalistas também apresentaram os principais resultados das campanhas salariais de 2024, marcadas sobretudo por reajustes reais nos salários e nos benefícios econômicos.
Encaminhamentos
O segundo dia foi dedicado a deliberações importantes para a Fitmetal. Os dirigentes aprovaram, por unanimidade, a convocação do 4° Congresso da Federação, a ser realizado em 27, 28 e 29 de março, na cidade de São Paulo (SP). A proposta é que o Congresso seja realizado na Casa da Classe Trabalhadora, que abriga a sede nacional da CTB, na zona oeste.
A Fitmetal, hoje sediada em Betim (MG), passará a ter uma subsede em São Paulo, de modo a fortalecer a unidade com a CTB e com entidades metalúrgicas de atuação nacional. Nessa mesma direção, a reunião deliberou pela retomada da agenda do movimento Brasil Metalúrgico, lançado em 2017.
A Federação também vai lançar uma campanha pela redução da tabela do imposto de renda e orientar as bases a se incorporarem à campanha de sindicalização da CTB. Na área de Finanças, foi reafirmada a resolução de 2023 que destina parte das contribuições negociais das entidades filiadas à Federação. A reunião também aprovou uma parceria com a Escola Nacional da CTB, integrando as diretorias de Formação da central e da Federação.
Informações: Fitmetal.
