Até a semana passada, o filme “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, já havia ultrapassado a marca de um milhão de espectadores e arrecadado R$ 23,5 milhões. O longa é ambientado nos anos de chumbo da ditadura militar e narra a saga heroica de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, que foi sequestrado, torturado e morto a mando dos generais. Além do êxito nas bilheterias, ele venceu o prêmio de melhor roteiro no Festival de Cinema de Veneza e concorre à vaga de melhor filme estrangeiro no Oscar 2025.O sucesso da obra está irritando os milicianos bolsonaristas, fardados e civis, que planejaram dar um novo golpe no Brasil e reeditar uma ditadura sanguinária – como atesta o relatório divulgado nesta terça-feira (26) pela Polícia Federal. Nas últimas semanas, essas hordas neofascistas fizeram de tudo para sabotar o filme nos cinemas. Conforme postagem do site de entretenimento Notícias da TV, “no X/Twitter, perfis que se posicionam politicamente à direita vêm sugerindo que seus seguidores não comprem ingressos para assistir ao filme”. Foi até criado uma hashtag “Boicote sem dó”.
Viciados em espalhar fake news, alguns bolsonaristas até divulgaram que o longa seria um fracasso nas bilheterias. “Curiosamente, os artistas brasileiros de esquerda não sabiam que grande parte do público que os apoiava e sustentava em sua maioria eram de direita, logo sua arrogância fez com que perdessem esse público e agora estão ficando em dificuldades”, obrou um aloprado. Mas a campanha das milícias digitais não obteve sucesso. Os golpistas, de ontem e de hoje, estão desmoralizados!
General envolvido na morte de Rubens Paiva segue impune
Isto não significa, porém, que os golpistas, de ontem e de hoje, sejam punidos por seus crimes. Neste domingo (24), o site Metrópoles noticiou que o general José Antônio Nogueira Belham, um dos cinco denunciados pelo Ministério Público Federal, em 2014, pelo assassinato e ocultação do cadáver de Rubens Paiva durante a ditadura militar, “segue recebendo normalmente um salário de R$ 35 mil. Inclusive, o oficial aparece no Portal da Transparência como marechal, considerado um posto de honra para aqueles que tiveram atuação excepcional durante o período de guerras”.
Como lembra o site, “na época do crime, o militar era comandante do Destacamento de Operações e Informações (DOI) do 1º Exército, na zona norte do Rio, onde Rubens Paiva teria morrido. Ele foi levado para unidades militares após ser preso, em casa, no Leblon, zona sul do Rio, por seis agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa). Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em 2013, o general negou que sabia sobre as torturas a Rubens Paiva e ainda acrescentou que estaria ausente do local pois estava de férias. O MPF, por sua vez, apontou que os militares envolvidos, incluindo Belham, todos previamente ajustados e agindo com unidade de desígnios, mataram o ex-deputado”.
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