Três anos do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero

Foto: divulgação.

Por: Andréia Espíndola

O Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero brasileiro, lançado pelo Conselho Nacional de Justiça em 2021,  alcançou no último dia 19 de outubro de 2024  três anos de existência.

Santa Catarina foi berço em outubro do ano passado de  uma obra pioneira e coletiva a respeito desta temática:  “Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero: Aplicações, Conceitos e Práticas “ organizado pelas advogadas Ana Paula de Oliveira Antunes, Gabriela Jacinto Barbosa e Júlia Melim Borges Eleutério, Coleção Jurisfeministas Volume 1,  publicado pela Editora Habitus. Agora o referido grupo  já prepara um segundo volume desta obra.

Foi em  Santa Catarina também que, no último mês de julho, foi criada a  primeira Comissão do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero do IBDFAM  ( Instituto Brasileiro de Direito de Família) no Brasil.

O Coletivo Valente,  formado por servidoras do  Poder Judiciário Catarinense, iniciou em fevereiro de 2023  uma campanha permanente de sensibilização em prol da divulgação e da aplicação do   Protocolo  realizando visitas a autoridades vinculadas a Defensoria Pública, Ministério Público e Poder Judiciário, pleiteando formações, capacitações, gravando vídeos e ainda escrevendo artigos a respeito desta temática. As referidas ações foram recentemente  reconhecidas no IV Prêmio do CNJ  Juíza Viviane Vieira do Amaral.

O Protocolo de Gênero do CNJ é um documento que sinalizou para as mulheres e meninas  brasileiras que o Sistema de Justiça precisaria ser repensado para oferecer respostas mais justas e reparadoras para estes segmentos nos mais diferentes ramos da Justiça.

Num  cenário em que o Secretário-Geral da ONU Antonio Guterres, declarou em março do ano passado em evento alusivo à defesa dos direitos da mulher,  que: “ A igualdade de gênero está se distanciando cada vez mais. No caminho atual, a ONU Mulheres a coloca a 300 anos de distância”, é alvissareiro termos  mulheres catarinenses estudando e  implicadas para que o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero seja cada vez mais conhecido e aplicado.

 

Andréia é Assistente Social do Poder Judiciário de Santa Catarina desde 2001  e integrante do Coletivo Valente.

 

 

 

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