Sindicatos realizam Manifesto na SRTE-RS e reiteram que, para o BENZENO, não existe limite de tolerância seguro

Foto: FUP.

No dia 11 de outubro, trabalhadores de diversas categorias que estão expostas ao Benzeno se reuniram na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-RS) em Porto Alegre para se manifestar contra a proposta de estabelecer um Limite de Exposição ao Benzeno, um agente químico reconhecidamente cancerígeno, para o qual não tem limite seguro de exposição. O objetivo do ato foi alertar sobre a proposta de substituir do atual e eficiente Valor de Referência Tecnológico (VRT) pelo Limite de Exposição Ocupacional (LEO) que na prática será o mesmo Limite de Tolerância (LT), o que será um verdadeiro retrocesso, voltando a aumentar os riscos de os trabalhadores/as contraírem câncer.

Os sindicalistas também pediram urgência na reinstalação das Comissões Nacional e Estaduais do Benzeno, que são instrumentos fundamentais para a proteção dos trabalhadores expostos. Gerson Cardoso, do SINDIPOLO, destacou que a nova proposta do governo permitiria mais adoecimentos, sofrimentos e mortes. A luta pela reinstalação dessas comissões já dura dois anos e é essencial para garantir condições de trabalho seguras e saudáveis.

Amarildo Cenci, da CUT-RS, e outros representantes de sindicatos reforçaram que não há limite seguro para a exposição ao Benzeno e criticaram as políticas do governo federal anterior que afetaram os direitos e segurança dos trabalhadores/as como o desmonte nas Normas Regulamentadoras e o fim da Comissão Nacional e estaduais do Benzeno.

O petroleiro Dary Beck, lembrou que foram os trabalhadores que ajudaram a eleger um novo projeto para o país e que é inaceitável que depois de dois anos, tenham ainda que estar lutando por uma demanda que já existia há mais de 30 anos, referindo-se ao Acordo Nacional do Benzeno.

Inara Ruas, do Conselho Estadual de Saúde, entidade que tem estado junto nesta luta, participou do ato, apoiando o movimento e, em sua fala, destacou o aumento de casos de câncer no SUS e a necessidade de prevenção.

Os participantes pediram uma abordagem de tolerância zero em relação à exposição ao Benzeno e a reinstalação da Comissão Permanente do Benzeno, para que as discussões sobre o produto cancerígeno, normas de segurança que tratam do tema e sobre segurança no trabalho voltem a acontecer de forma participativa focando efetivamente a realidade das condições no local de trabalho.

O assessor Joel do Canto, do Deputado Estadual Miguel Rossetto (PT), parlamentar que tem participado desde o início de todas as ações desenvolvidas pelo coletivo de sindicatos, com importante participação nos encaminhamentos especialmente junto ao Governo Federal e demais órgãos, como o Ministério do Trabalho, reiterou a disposição do deputado em cobrar do Governo a reinstalação dessas comissões, que, disse ele, já deveriam de há muito estarem instaladas.

Ao final, o Superintendente Claudir Nespolo reconheceu a importância do manifesto e se comprometeu a levar as demandas a Brasília. Ao fim do ato, foi entregue um manifesto ao superintendente, simbolizando a luta contínua pela proteção dos trabalhadores/as expostos ao Benzeno, bem como uma camiseta alusiva à campanha contra o Limite de Tolerância para o Benzeno.

Além de representantes da CUT-RS, Sindipolo e da Sindipetro-RS, estiveram também presentes e se manifestaram no mesmo sentido, sindicalistas dos Aeroviários-RS, Sindiconstrupolo, Sindilíquida, Sindiágua-RS, Sitramico e Sintrapostos.

Informações: FUP.

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