Por Altamiro Borges
O inelegível Jair Bolsonaro anda muito tenso nessa reta final das eleições municipais. Sabe que o seu futuro político depende um bocado do resultado do pleito. Irritadiço e agressivo, o “capetão” vem distribuindo broncas para todos os lados. Até seus capachos são vítimas das suas grosserias. No ato pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes na Avenida Paulista, no 7 de Setembro, ele desancou um serviçal em função do barulho de um caminhão de som. Agora, ele humilhou o governador de Goiás, o ruralista Ronaldo Caiado (União Brasil).
Em um comício de campanha em Goiânia, ele se referiu ao aliado direitista como “covarde” devido à sua postura durante a pandemia. “Fui contra governadores que falavam ‘fiquem em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde! Governador covarde! O vírus ia pegar todo mundo, não tinha como fugir”, disparou o negacionista e genocida, culpado pelas milhares de mortes por Covid-19 no Brasil. Jair Bolsonaro foi à capital de Goiás para reforçar a campanha à prefeitura de Fred Rodrigues (PL) e estava acompanhado do jagunço Gustavo Gayer.
A mágoa do oportunista de Goiás
Segundo nota de Bela Megale em O Globo, a fúria do ex-presidente irritou Ronaldo Caiado. Fontes próximas ao gestor, que é médico, revelaram que ele lamentou o retorno ao tema da pandemia e as críticas à vacinação. Magoado, ele desabafou que “Bolsonaro não tem jeito”. Após algumas rusgas na pandemia, o governador direitista apoiou a reeleição do presidente fascista no segundo turno do pleito de 2022. Na sequência, já com o projeto de ser candidato a presidente e herdar os votos bolsonaristas, ele se aproximou ainda mais do fascista.
Como relembra o site Brasil-247, “a relação entre Bolsonaro e Caiado já passou por altos e baixos. No início desse ano, o ex-mandatário chegou a vetar a entrada de Caiado no PL, o que representou um primeiro sinal de que a aliança entre os dois poderia ser frágil. Contudo, Caiado deu sinais de querer apaziguar a situação ao participar de eventos em apoio a Bolsonaro, como o ocorrido em fevereiro na Avenida Paulista, em São Paulo, onde discursou em defesa do ex-presidente. Além disso, o governador goiano chegou a fazer declarações públicas ressaltando a força política de Bolsonaro, o que, momentaneamente, parecia ter diminuído a tensão”.