Bolsonaro trabalhou pela votação imediata, mas foi derrotado, tema só volta à tona depois das eleições municipais
A tentativa de votação por parte dos bolsonaristas do projeto de lei que prevê a anistia aos presos de 8 de janeiro acabou frustrada.
Nesta quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara decidiu adiar para outubro a votação da proposta que concede impunidade aos protagonistas dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Depois de uma sessão tumultuada na tarde de terça-feira (10), a CCJ adiou a apreciação do tema para esta quarta (11), mas não logrou avançar com a análise do texto, relatado por Rodrigo Valadares (União Brasil-SE).
Desde o início da manhã, parlamentares de oposição contavam votos para aprovar a inclusão do projeto como um item extrapauta na agenda do colegiado desta quarta.
A avaliação de parlamentares da oposição ouvidos pelo g1, depois de quase duas horas de negociação, foi de que poderia não haver votos suficientes para inserir o projeto na pauta.
O texto foi apresentado na legislatura anterior pelo ex-deputado Major Vitor Hugo, garantindo impunidade aos participantes de todas as manifestações públicas desde o dia 30 de outubro de 2022, incluindo os bloqueios rodoviários, acampamentos montados em frente aos quartéis exigindo um golpe militar e a depredação da sede da Polícia Federal em dezembro daquele ano.
O principal beneficiário da anistia seria o próprio Jair Bolsonaro, que está envolvido em vários processos decorrentes aos crimes que cometeu na Presidência da República e teme ser preso ao cabo do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).