Crescimento do PIB tem muito a  ver com a política de valorização do trabalho

Estatísticas divulgadas nesta terça-feira (3) pelo IBGE indicam que a economia brasileira continua numa saudável trajetória de cresciment0. O PIB encerrou o segundo trimestre com um crescimento de 1,4% frente aos três primeiros meses do ano.

O resultado contrasta com o desempenho econômico registrado durante os governos neoliberais do golpista Michel Temer e do neofascista Jair Bolsonaro, quando a economia caminhou da estagnação para a recessão e o desemprego bateu todos os recordes.

Esta realidade não é obra do acaso. É fruto das políticas progressistas do governo Lula, com destaque para a política de valorização do trabalho, ou mais precisamente do salário mínimo.

As forças reacionárias e conservadoras são francamente hostis à valorização do salário mínimo, alegando que provoca desequilíbrio fiscal e aumento o custo das empresas.

Mas, a verdade que eles não dizem é que os salários são um componente fundamental da demanda total de bens e serviços da economia, que Keynes chamava de demanda agregada.

O aumento real dos salários mínimos fortalece o mercado interno, eleva a demanda agregada, provocando o aumento do consumo das famílias, das vendas no comércio e, por extensão, da produção de mercadorias demandadas pelos assalariados.

De acordo com o IBGE, “no segundo trimestre de 2024, a Despesa de Consumo das Famílias cresceu 4,9%. Esse resultado foi influenciado pelo aumento tanto na massa salarial real como no crédito disponível às famílias e pelos juros menores. A Despesa de Consumo do Governo (3,1%) também apresentou elevação em relação ao segundo trimestre de 2023”.

Em relação ao segundo semestre do ano passado o PIB cresceu 3,3%. Destaca-se o avanço de 3,9% da indústria e de 3,5% dos serviços, enquanto a agropecuária recuou, -2,9%.

No mesmo período, a taxa de investimentos também registrou um leve aumento, subindo de 16% para 16,8% do PIB, Já a taxa de poupança foi de 16%, abaixo dos 16,8% observados no ano anterior.

Leia abaixo a íntegra da notícia divulgada pelo IBGE.

No segundo trimestre de 2024, o PIB cresceu 1,4% frente ao primeiro trimestre de 2024, na série com ajuste sazonal. Pela ótica da produção, os Serviços (1,0%) e a Indústria (1,8%) cresceram, enquanto a Agropecuária (-2,3%) recuou.

Período de comparação Indicadores
PIB AGROP INDUS SERV FBCF CONS. FAM CONS. GOV
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) 1,4% -2,3% 1,8% 1,0% 2,1% 1,3% 1,3%
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior (sem ajuste sazonal) 3,3% -2,9% 3,9% 3,5% 5,7% 4,9% 3,1%
Acumulado em quatro trimestres / mesmo período do ano anterior (sem ajuste sazonal) 2,5% 0,0% 2,6% 2,6% -0,9% 3,7% 2,4%
Valores correntes no 2º trimestre (R$) 2,9 trilhões 199,9 bilhões 619,7 bilhões 1,7 trilhão 484,4 bilhões 1,8 trilhão 532,8 bilhões
Taxa de investimento (FBCF/PIB) no 2° trimestre de 2024 = 16,8%
Taxa de Poupança (POUP/FBCF) no 2º trimestre de 2024 = 16,0%

O PIB totalizou R$ 2,9 trilhões no segundo trimestre de 2024, sendo R$ 2,5 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 387,6 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. No mesmo período, a taxa de investimento foi de 16,8% do PIB, acima dos 16,4% registrados no segundo trimestre de 2023. Já a taxa de poupança foi de 16,0%, abaixo dos 16,8% do mesmo trimestre de 2023.

Em relação ao 2º trimestre de 2023, o PIB avançou 3,3%. A Indústria (3,9%) e os Serviços (3,5%) cresceram no período, enquanto a Agropecuária (-2,9%) recuou.

Principais resultados do PIB a preços de mercado do 2º Trimestre de 2023 ao 2º Trimestre de 2024 (%)
Taxas (%) 2022.III 2022.IV 2023.I 2023.II 2023.III 2023.IV 2024.I 2024.II
Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior 3,2 2,9 4,0 3,8 3,2 2,9 2,5 2,9
Últimos quatro trimestres / quatro trimestres imediatamente anteriores 3,0 2,9 3,3 3,7 3,1 2,9 2,5 2,5
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior 3,6 1,9 4,0 3,5 2,0 2,1 2,5 3,3
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) 0,4 0,1 1,8 0,7 0,1 0,2 1,0 1,4
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais     

PIB cresce 1,4% frente ao trimestre imediatamente anterior

No segundo trimestre de 2024, o PIB cresceu 1,4% comparado ao primeiro trimestre de 2024, na série com ajuste sazonal. O melhor resultado foi da Indústria, que cresceu 1,8%, seguida pelos Serviços que avançaram 1,0%. A Agropecuária recuou 2,3%.

O crescimento na Indústria se deve aos desempenhos positivos das atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (4,2%), Construção (3,5%) e das Indústrias de Transformação (1,8%). Por outro lado, houve queda de 4,4% nas Indústrias Extrativas.

Nos Serviços, houve altas em Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,0%), Informação e comunicação (1,7%), Comércio (1,4%), Transporte, armazenagem e correio (1,3%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,0%), Atividades imobiliárias (0,9%) e Outras atividades de serviços (0,8%).

Pela ótica da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias (1,3%), a Despesa de Consumo do Governo (1,3%) e a Formação Bruta de Capital Fixo (2,1%) cresceram em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Quanto ao setor externo, as Exportações de Bens e Serviços subiram 1,4%, enquanto as Importações de Bens e Serviços cresceram 7,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024.

PIB cresce 3,3% frente ao mesmo trimestre de 2023

Comparado a igual período do ano anterior, o PIB cresceu 3,3% no segundo trimestre de 2024. O Valor Adicionado a preços básicos aumentou 3,0% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios avançaram 5,4%.

Agropecuária recuou 2,9% em relação a igual período de 2023. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado em agosto mostrou queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade em culturas com safras no segundo trimestre, como milho (-10,3%) e soja (-4,3%). Esses recuos suplantaram o bom desempenho de culturas como o café (6,6%) e do algodão herbáceo (10,8%), por exemplo.

Indústria cresceu 3,9%, com destaque para Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos que subiu 8,5%, resultado favorecido pelo aumento de consumo de energia em todas as classes, principalmente residencial, e pela continuidade da bandeira tarifária verde. A Construção, por sua vez, cresceu 4,4%, com o aumento de seus insumos típicos e da ocupação da atividade.

As Indústrias de Transformação tiveram sua segunda alta consecutiva (3,6%), após terem recuado em todos os trimestres de 2023. Tal resultado decorreu das altas na indústria alimentícia, em outros equipamentos de transporte, em máquinas e aparelhos elétricos e em móveis. As Indústrias Extrativas (1,0%) também avançaram, com o aumento na extração de petróleo e gás.

O valor adicionado dos Serviços avançou 3,5% ante o mesmo período do ano anterior. Houve resultados positivos em todos os setores: Informação e comunicação (6,1%), Outras atividades de serviços (4,5%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,0%), Comércio (4,0%), Atividades imobiliárias (3,7%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,9%) e Transporte, armazenagem e correio (0,7%).

No segundo trimestre de 2024, a Despesa de Consumo das Famílias cresceu 4,9%. Esse resultado foi influenciado pelo aumento tanto na massa salarial real como no crédito disponível às famílias e pelos juros menores. A Despesa de Consumo do Governo (3,1%) também apresentou elevação em relação ao segundo trimestre de 2023.

Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 5,7% no segundo trimestre de 2024. Esta alta é justificada, pelo crescimento da produção doméstica e importação de bens de capital, além dos bons desempenhos na Construção e no desenvolvimento de sistemas de informática.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 4,5% e as Importações de Bens e Serviços subiram 14,8% no segundo trimestre de 2024. A expansão nas exportações é explicada, principalmente, pela extração de petróleo e gás natural; indústria alimentícia; agropecuária; e derivados do petróleo. Os destaques nas importações foram: indústria automobilística; produtos químicos; produtos de metal; agropecuária e serviços.

Em quatro trimestres, PIB acumula alta de 2,5%, ante o mesmo período de 2023

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em junho de 2024 cresceu 2,5% frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Esta taxa resultou da alta de 2,4% do Valor Adicionado a preços básicos e de 2,7% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. O resultado do Valor Adicionado nesta comparação decorreu dos seguintes desempenhos: Agropecuária (0,0%), Indústria (2,6%) e Serviços (2,6%).

Na Indústria, a Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (7,3%), as Indústrias Extrativas (6,2%), as Indústrias da Transformação (0,7%) e a Construção (0,6%) se expandiram.

Nos Serviços, houve resultado positivo em todas as atividades: Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,8%), Atividades imobiliárias (3,5%), Outras atividades de serviços (3,1%), Informação e Comunicação (2,9%), Comércio (1,8%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,4%) e Transporte, armazenagem e correio (0,7%).

Houve aumentos na Despesa de Consumo das Famílias (3,7%) e na Despesa de Consumo do Governo (2,4%), enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (-0,9%) apresentou queda pelo quarto trimestre consecutivo.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços apresentaram alta de 7,0%, enquanto as Importações de Bens e Serviços avançaram 4,1%.

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