A criação do Coletivo da Diversidade da CTB Bahia, nesta sexta-feira (30), foi marcado por importantes reflexões e indicações de iniciativas para os sindicatos classistas implementarem nas entidades e categorias que representam. Na sede da Central, no Dois de julho, a secretária de política para Diversidade LGBTQIAPN+, Jhay Lopes e vários dirigentes realizaram uma roda de conversa que produziu ideias importantes, a partir da celebração do Dia da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 de agosto.
“Criar esse Coletivo é um passo importante para darmos mais atenção ao segmento LGBTQIAPN+ no mundo do trabalho. Também vamos intensificar a luta por mais políticas públicas dos poderes públicos e ações das empresas para inclusão e respeito aos direitos dessa população. É essencial mostrar a importância da Lei Maria da Penha e seus benefícios para esse segmento, além de atuar para conscientizar mais pessoas na sociedade e no ambiente de trabalho para o combate a toda forma de opressão, preconceito e discriminação. Vamos atuar para construir redes de apoios, canais de denúncia e um observatório”, pontuou Jhay Lopes.
Para Josélia Ferreia, dirigente do SintraSuper, a sociedade reforça a dificuldade para as pessoas assumirem sua orientação sexual, especialmente as mulheres negras lésbicas. “O ‘armário’ ajudou a preservar muitas vidas, pois não tínhamos o apoio coletivo que temos hoje. Precisamos entender as diversas faces dentro do segmento LGBTQIAPN+ e que as chamadas lutas identitárias são parte da luta geral, que entrelaça classe, gênero e raça, resgatando Angela Davis. Nossa luta é para o mercado de trabalho incluir mais pessoas dessa população e ter mecanismos de proteção contra a LGBTfobia”, destacou.
Dirigente do Sinttel Bahia, Alielson Santos defendeu a necessidade de os sindicatos realizarem pesquisas sobre a população LGBTQIAPN+ nas categorias. “É importante cobrar as cotas no serviço público, colocar cláusulas nas convenções coletivas para reverter os problemas enfrentados nas empresas e debater o tema nas bases e com as empresas. Atuaremos para formar e capacitar dirigentes sindicais e trabalhadores nas categorias”, enfatizou.
MAIS CONTRIBUIÇÕES
A secretária de Mulheres da CTB Bahia, Flora Lassance parabenizou as pessoas que realizam essa luta há algum tempo no movimento sindical. “Isso fez a nossa Central ser pioneira em realizar iniciativas, criar a secretaria da Diversidade e, agora, o Coletivo. Esse colegiado deve ir aos sindicatos fazer debates sobre esses temas para ampliar a conscientização dos nossos dirigentes e, com isso, melhorar o trabalho nas categorias”, afirmou.
Vice-presidente do SintraSuper, Edvã Galvão lembrou que os problemas começam nas próprias entidades. “No movimento sindical também tem preconceitos e discriminações. Precisamos trabalhar isso entre nós para atuarmos melhor nas empresas. A criação do Coletivo da Diversidade pela CTB Bahia é essencial e vai ajudar muito”, disse.
Falaram sobre a importância de se fazer um censo sobre a população LGBTQIAPN+ nas categorias, saber como abordar o tema e formar dirigentes Jailton Andrade e Simone Santos (Petroleiros), Edmilson Silva (Sinposba), Silvana Santos (Metalúrgicos) e Lívia Ferreira, dirigente da UNA-LGBT. Gildomar Santos e Marivaldo Santos, do Sinttel, e a travesti Senhora Má, também participaram da reunião dando susgestões. As propostas serão sistematizadas para as ações da Central através da secretaria.
Informações: CTB-BA.