Na manhã desta quinta-feira (25), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) recebeu na Casa da Classe Trabalhadora Amanda Verrone, representante das políticas públicas e secretária em Relações Internacionais no LAB (Sindicato do País Basco). Amanda é mestre em direitos humanos, interculturalidade e desenvolvimento pela Universidad Pablo de Olavide (UPO), com graduação em direito pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). No encontro, Amanda abordou a análise de conjuntura política, com foco nas recentes eleições europeias.
“A CTB teve a honra de recepcionar para uma reunião com militantes sindicais com a secretária adjunta de relações internacionais da LAB, a nossa companheira Amanda. Foi um debate muito interessante onde ela fez uma analíse geral da conjuntura política europeia, e também ela abordou o trabalho da Federação Sindicam Mundial (FSM), com as mulheres, onde recentemente houve o congresso no Senegal onde a CTB esteve presente, então foi um intercâmbio muito interessente para ‘sedimentar’ essa parceria estratégia da CTB com a LAB”, disse Nivaldo Santana, secretário de Relações Internacionais da CTB.
Análise das eleições europeias
“A gente tem visto principalmente alguns processos eleitorais que estão se dando na Europa, que foram muitos no último período. Então assim, rapidamente foi a nossa leitura, focar principalmente, né, nas últimas eleições do parlamento europeu, união europeia, principalmente nas últimas eleições da França, que foi um contraponto muito importante para o cenário político que a gente viu na Europa.”
LAB e o Sindicato Nacional do País Basco
Amanda compartilhou sobre o LAB, o único sindicato nacional do País Basco, que tem representação tanto na parte sul (sob domínio espanhol) quanto na parte norte (sob domínio francês) da região. “Sou da LAB, o único sindicato nacional do País Basco, ou seja, o sindicato que está dos 2 lados, dos períneos, que tem representação tanto na parte sul do País Basco, que está sobre o domínio do estado espanhol. Como uma parte norte, que é o País Basco que está sobre o domínio do estado francês”.
O LAB completa 50 anos em 2024, celebrando seu papel como um sindicato nacionalista e independentista que luta pela autodeterminação do povo basco.
“É um sindicato bem grande, a gente vai crescendo cada vez mais em termos de afiliação de filiação. Enquanto o primeiro sindicato atualmente vai reduzindo a sua representação, então a perspectiva e um bom cenário.”
Relações internacionais no sindicalismo
Amanda destacou a importância das relações internacionais dentro do sindicalismo e o desafio de trazer essas questões para a base do sindicato.
“A gente vem nessa luta também de que as relações internacionais têm no seu espaço, dentro do sindicalismo que a gente sabe que é o importante, mas é uma luta do bem para quem tem um reconhecimento, recurso, espaço, além da representação, mas para que essas duplas realmente façam parte da ação sindical de área, que estejam presentes também na própria lógica da negociação coletiva.”
Primeiro de Maio e solidariedade internacional
Ela mencionou o significado do Primeiro de Maio e a importância da solidariedade internacional entre os sindicatos.“O Primeiro de Maio foi muito significativo. A gente tem um conselho presidencial da FSM já há muitos anos, mas foi o primeiro ano em que o Sindicato geral da FSM não esteve em Cuba, e sim em Bilbao conosco. Então também é sobre outorgar essa legitimidade, né? a luta dos trabalhadores bascos por parte da FSM”
A relação histórica e afetiva entre a CTB e o LAB foi destacada, especialmente lembrando o apoio mútuo durante momentos difíceis, como o falecimento de Igor Urrutikoetxea. “E a CTB nesse sentido, é companheira histórica, dessa luta dentro e fora da FSM. Nossas relações são longa data inclusive, muito afetiva também até pelo falecimento do Igor (Urrutikoetxea) há muitos anos e todo o apoio e solidariedade que a gente recebeu por parte da CTB naquela ocasião foi fundamental.”
Emancipação das Mulheres no movimento sindical
O encontro também abordou questões de gênero e a importância da representação das mulheres no movimento sindical.
“Falamos sobre a situação política global desse momento que foi o crescimento da extrema-direita, que temos que tomar algumas atitudes para que isso não acontecesse. E falamos sobre as questões de nós mulheres, que não tem muitas diferenças de nós brasileiras e lá, que nossa luta é pela equidade de gênero e para que o movimento sindical dê mais importância a nós mulheres, que coloquem nossas bandeiras no movimento sindical. Portanto esse encontro foi muito importante e representativo, e com certeza vamos caminhar juntas para que consigamos realmente a emancipação de nós mulheres, não só no Brasil, mas no mundo” disse, Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB
“Uma reunião muito enriquecedora, a Amanda é uma mulher de muitos conhecimentos, para nós foi um aprendizado. E poder compartilhar dessa relação da LAB com o brasil onde nós mulheres somos minorias no movimento sindical e na luta em prol das mulheres, foi muito importante. Espero ter mais encontros juntas”, disse Luci Parmejani, secretária suplente nacional das mulheres da Nova Central Sindical.
Este encontro foi uma oportunidade valiosa para o intercâmbio de conhecimentos e experiências entre Amanda Verrone, representante do LAB, e membros da CTB, fortalecendo os laços entre sindicatos e promovendo o debate sobre questões fundamentais para o movimento trabalhista internacional.