Se depender das assembleias que o Sindicarne está realizando nas empresas de abate animal na Bahia, os patrões terão que avançar nas propostas. A entidade realizou reuniões com trabalhadores em grandes empresas, como a JBS em Itapetinga. O coordenador-geral do Sindicato, Ronielson Conceição, tem criticado a atitude das empresas na mesa, que tornou as negociações um “osso duro”.
“Temos percorrido diversos locais de trabalho e vemos a categoria insatisfeita com a proposta feita pelo Sindicato para atender nossa pauta. Os trabalhadores merecem mais. Continuaremos na luta por melhores condições de trabalho e salário. Reivindicamos reajuste para reposição da inflação e ganho real de 4%, abono salarial, duas cestas básicas adicionais durante o ano, e, nos meses de junho e dezembro, dobrar o valor das cestas Junina e Natalina, plano de saúde e implantação de Programa de Cargos e Salários. Seguimos mobilizando”, afirma.
Os bons números do setor mostram que os patrões estão “chorando de barriga cheia”. A Bahia bateu recordes no abate de bovinos e suínos no primeiro trimestre deste ano. Entre janeiro e março, foram abatidos 72.962 porcos, uma elevação de 2,9% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o número chegou a 70.883. Também foi o melhor período em abate de bovinos dos últimos 10 anos: 322.043 cabeças abatidas, um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.
Ronielson lembra que a Bahia é o 11º maior produtor de carne bovina do país, com 3,5% do abate nacional. “Os números reforçam que as empresas não estão passando por crise e podem melhorar a proposta na mesa de negociação. O Sindicarne e a categoria estão intensificando a mobilização para alcançar um bom acordo, que valorize os trabalhadores responsáveis pelos bons resultados dos patrões”, enfatiza.
Informações: CTB-BA.