Salário mínimo previsto na Constituição valeria R$ 6.995,44 em junho

Foto: OlenaMykhaylova/iStockphoto

O Dieese divulgou nesta quinta-feira (4) os dados de junho da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA). No período, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 10 das 17 capitais onde a pesquisa é realizada mensalmente.

O valor necessário para corresponder ao salário mínimo previsto na Constituição – e que daria para cobrir as despesas com uma família composto por quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) –  subiu a R$ 6.995,44 no último mês do primeiro semestre deste ano, o que equivale a 4,95 vezes o mínimo vigente, de apenas R$ 1.412,00.

A comparação dos valores da cesta, entre junho de 2023 e junho de 2024, mostra que o custo da cesta básica aumentou em 13 cidades, com destaque para as variações no Rio de Janeiro (9,90%), em Curitiba (7,66%), Brasília (7,51%) e Belo Horizonte (6,94%). A retração mais importante foi registrada em Recife (-6,16%).

Nos seis meses de 2024, todas as cidades tiveram elevação nos preços médios e os percentuais variaram entre 4,29%, em Vitória, e 10,62%, em Fortaleza.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 109 horas e 53 minutos. Após desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, 54,00% do rendimento para adquirir os produtos em junho.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em junho de 2024, 54,00% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em maio, 54,31% da renda líquida. Em junho de 2023, o percentual ficou em 55,63%.

Cestas mais caras
– São Paulo (R$ 832,69)
– Florianópolis (R$ 816,06)
– Rio de Janeiro (R$ 814,38)

Mais baratas
– Aracaju (R$ 561,96)
– Recife (R$ 582,90)
– João Pessoa (R$ 597,32)
Obs.: Nas cidades do Norte e Nordeste a composição da cesta é diferente das demais capitais

Veja o comportamento dos preços dos produtos da cesta

• O preço do leite integral ficou mais caro em 16 das 17 capitais. Entre maio e junho, os aumentos oscilaram entre 2,80%, em Natal, e 12,46%, em Goiânia. Em Vitória, o preço médio não variou. Em 12 meses, o leite subiu em 10 cidades, com destaque para o percentual de Belém (17,47%). Em João Pessoa, não houve variação do valor médio e, em outros seis municípios, ocorreram reduções, as mais importantes em Natal (-10,24%) e Recife (-8,65%). A menor oferta do leite no campo elevou o preço dos derivados no varejo.

• O valor do quilo da batata subiu em nove das 10 capitais da região Centro-Sul, onde o tubérculo é pesquisado, com variações entre 1,20%, em Campo Grande, e 17,73%, em Brasília, entre maio e junho. Em 12 meses, todas as cidades tiveram elevação de preço, com destaque para a variação do Rio de Janeiro (94,96%), de Brasília (75,42%) e de Curitiba (73,86%). Houve avanço da safra das secas, mas as chuvas diminuíram o ritmo da colheita e o preço do tubérculo no varejo seguiu em alta.

• O preço do quilo do café em pó aumentou em 15 capitais entre maio e junho. As maiores altas ocorreram em Natal (10,48%) e Fortaleza (10,30%). As retrações foram registradas em Curitiba (-0,46%) e São Paulo (-0,36%). Em 12 meses, todas as capitais mostraram elevação, com variações entre 1,30%, em Vitória, e 24,07%, em Fortaleza. A especulação em torno de menor oferta global do grão, devido a um problema com a safra do tipo robusta, no Vietnã, fez com que o café ficasse mais caro, com impacto no varejo.

• Entre maio e junho, o valor médio do arroz subiu em 12 capitais, com oscilações entre 1,15%, no Rio de Janeiro, e 6,75%, em Curitiba. Em outras cinco capitais, o preço caiu. Em Porto Alegre, a redução foi de -4,33%. Em 12 meses, todas as cidades tiveram taxas acumuladas positivas, as maiores em Vitória (44,31%), Curitiba (43,54%) e Belo Horizonte (42,31%). Apesar do maior estoque de arroz, os preços médios ficaram em alta em junho, por causa dos aumentos das primeiras semanas do mês.

• O preço comercializado do óleo de soja subiu em 12 das 17 capitais entre maio e junho, com destaque para as taxas observadas em Florianópolis (6,67%) e Campo Grande (3,91%). Em Fortaleza, o preço médio não variou. Houve redução em Salvador (-1,62%), Recife (-1,62%), Aracaju (-0,77%) e Natal (-0,14%). Em 12 meses, o preço caiu em 14 capitais, com destaque para Salvador (-13,15%) e Recife (-12,41%). Em Campo Grande, o preço não variou. Houve aumento em Belo Horizonte (7,07%) e Curitiba (3,89%). A maior demanda pelo grão e a valorização do dólar provocaram o aumento do preço da soja e dos derivados.

• Entre maio e junho, o custo do quilo da carne bovina de primeira diminuiu em 15 capitais. As variações ficaram entre -2,24%, em Aracaju, e -0,03%, em Curitiba. Os aumentos ocorreram em João Pessoa (0,39%) e Belém (0,22%). Em 12 meses, o preço médio caiu em todas as cidades, com destaque para Campo Grande (-8,74%), Porto Alegre (-8,28%) e Florianópolis (-8,08%). A maior oferta de carne reduziu o preço no varejo.

• O preço do feijão recuou em 15 capitais, entre maio e junho. Para o tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, as variações ficaram entre -6,87%, em Florianópolis, e -3,46%, em Porto Alegre. A única variação positiva foi registrada em Curitiba (0,12%). Em 12 meses, houve elevação de preço em quase todas as cidades, exceto em Porto Alegre (-3,58%). A maior alta acumulada foi observada em Curitiba (6,76%). O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, apresentou queda em quase todas as cidades, exceto em Goiânia (0,33%). Destacaram-se as quedas em Natal (-7,83%), Belo Horizonte (-6,98%), e Salvador (-6,68%), entre maio e junho. Em 12 meses, os valores caíram em todas as cidades, com destaque para Belém (-26,68%). O bom nível de oferta dos dois grãos, carioca e preto, reduziu os preços no varejo.

Fonte: Dieese

 

 

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