Juntos Por Emprego! Na capital sergipana, a manifestação será na agência central do Bradesco, localizada na Travessa José de Faro
Nesta quarta-feira (03), em todo o país, haverá uma manifestação unitária em defesa do emprego, contra as demissões e fechamento de agências do Bradesco. Na capital sergipana, o ato será concentrado na agência central do Bradesco, localizada na Travessa José de Faro, no centro da capital. Nas redes sociais, o movimento bancário orienta usar a hashtag #JuntosPorEmprego, marcando nas postagens a @Febraban.
“Em todo o país, este ano, centenas de trabalhadores estão sendo demitidos, sem justa causa. Além da gravidade do fechamento de postos, esses desligamentos repentinos e assustadores afetam também os bancários e bancárias que permanecem, uma vez que aumenta a sobrecarga de trabalho e episódios de assédio moral na cobrança de metas”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), Adilson Azevedo.
A mobilização no Bradesco acontece em meio à agenda de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), para debater a defesa dos empregos, como parte das negociações da Campanha Nacional de 2024, para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
Lucro máximo
Apesar do lucro líquido recorrente de R$ 4,2 bilhões somente no primeiro trimestre de 2024 (e alta de 46,3% na comparação com os três meses anteriores, indicando uma recuperaão econômica), o Bradesco segue demitindo trabalhadores e fechando agências em todo o país. Entre o último trimestre de 2019 e o último trimestre de 2023, o Bradesco fechou 1.783 agências e 703 postos de atendimento bancário, segundo dados dos demonstrativos financeiros do próprio banco.
Bradesco deve explicações à sociedade!
As manifestações unitárias estão sendo convocadas pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco. Logo que anunciada a reestruturação no Bradesco, o banco havia assumido o compromisso do Bradesco com o emprego e com as condições de trabalho.
_ O fechamento de agência tem deixado os funcionários dessas unidades apreensivos, por não saberem para onde serão realocados, e se permanecerão empregados.
_ Os sindicatos cobram a realocação desses trabalhadores e a manutenção dos empregos.
_ A onda de demissões e fechando agências provocam descontentamento dos clientes sobre a transferência de sua agência para outro local. A responsabilidade em gerenciar um banco deste porte não deve recair sobre os trabalhadores bancários, que são os pilares da sustentação de uma instituição financeira.
_ Com as demissões e fechamento de agências, o Bradesco contribui para o desequilíbrio econômico regionalizado: o fechamento de uma agência também impacta nos empregos indiretos, como vigilantes, limpeza e manutenção, além de prejudicar o comércio local.
_ O fechamento de agências ainda exclui grande parcela da população do atendimento bancário, sobretudo os mais idosos e as pessoas em situação de vulnerabilidade social, que não têm condições ou conhecimento para buscar atendimento pelos canais virtuais.
_ Bancos são concessões públicas e têm a obrigação de prestar atendimento bancário a todos.
Desemprego e terceirização
Entre 2012 e 2022, a categoria bancária sofreu redução de 79,5 mil postos de trabalho (- 16%). O levantamento é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que aponta também que, no acumulado dos doze meses, encerrados em abril de 2024, os bancos fecharam 3.325 postos de trabalho.
No ramo financeiro (excluindo a categoria bancária), houve um movimento contrário, de aumento de postos de trabalho: somente em janeiro até abril, foram mais de 9 mil e, nos últimos 12 meses, encerrados em abril, 24 mil postos de trabalho criados em todo o ramo.
Bancos são os que mais contratam correspondentes
Atualmente, o Brasil possui cerca de 240 mil postos de atendimento de correspondentes (número 14 vezes maior que o número de agências do país), e que fornecem os mesmos serviços da atividade bancária.
Nos últimos cinco anos, os bancos fecharam 3,2 mil agências em todo o país.
Tecnologia e emprego
O levantamento do Dieese revela também que, em 2023, o total de gastos e investimentos dos bancos brasileiros com tecnologia foi de R$ 39 bilhões, e para 2024 a perspectiva é de crescimento de 21%, chegando a mais de R$ 47 bilhões. Com esse movimento, houve aumento da contratação de profissionais de TI em 22%, só em 2023.
Os avanços tecnológicos não devem ser instrumentalizados para que poucos se apropriem dos ganhos desses avanços. Não dá pra eliminar emprego e deixar uma minoria ainda mais rica. Então, os empregos precisam ser defendidos para que a gente tenha uma sociedade justa e igualitária e não concentradora de renda.
Em 2023, lucro dos bancos bateu recorde e somou R$ 144 bilhões, ou 5% a mais do que no ano anterior.
Informações: SEEB.