O Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, celebrado em 3 de julho, marca a aprovação da primeira lei brasileira contra o racismo em 1951.Essa data é um importante lembrete da necessidade de mobilização e luta contínua contra o preconceito racial no país.
CTB no combate ao racismo
A luta contra a discriminação racial em todas as suas formas é essencial para construirmos uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária. Essa é a mensagem enfatizada por Lucimara da Silva da Cruz, Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Segundo ela, o combate ao racismo abrange desde a discriminação direta no mercado de trabalho até o racismo estrutural, presente nas instituições e na sociedade como um todo.
“O caminho para a construção de uma sociedade socialista passa pelo combate ao racismo em todas as suas vertentes. Enquanto não enfrentarmos o racismo estrutural, o racismo institucional e todas as formas de discriminação racial, não poderemos alcançar uma sociedade verdadeiramente justa”, destaca Lucimara.
Ela ressalta que a discussão sobre questões raciais e de gênero não deve ser vista como divisora, mas como uma forma de reconhecer as desigualdades existentes e buscar políticas específicas para promover a igualdade. “Não somos todos iguais e precisamos tratar de forma diferente os desiguais para que todos se igualem”, afirma.
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os homens brancos ganham R$ 2.105 a mais do que as mulheres negras:
Renda mensal média entre mulheres negras: R$ 1.908;
Entre mulheres não negras: R$ 3.096;
Entre homens negros R$ 2.390;
Entre homens não negros: R$ 4.013.
” Como pode uma mulher negra e um homem branco com pós-graduação de mesmo nível, no mesmo trabalho, terem uma diferença salarial positiva para o homem branco que chega a 160%? O que explica isso?”, completou Lucimara.
Lucimara enfatizou que o principal desafio da CTB é desenvolver um sindicalismo baseado na interseccionalidade. “Entendo que o grande desafio para nós da CTB é construir um sindicalismo que seja pautado na interseccionalidade onde a gente leva em conta esse somatório de raça, classe, identidade de gênero e outras diferenças que são utilizadas para nos descriminar”, finalizou Lucimara.