Nesta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) optou por manter a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 10,5% ao ano. A decisão foi tomada de forma unânime pelos membros do comitê, alegando possível aceleração da inflação e a recente desvalorização do Real frente ao dólar.
Segundo o comunicado oficial do Copom, a manutenção da Selic se fundamenta na necessidade de conter pressões inflacionárias futuras, mesmo diante das expectativas de setores que demandam uma redução mais agressiva da taxa para estimular a economia.
Este argumento é contestado e rebatido por dirigentes do movimento sindical, que condenam a manutenção das altas taxas de juros e afirmam que a atual política monetária inviabiliza o desenvolvimento nacional e é orientada pelos interesses menores de banqueiros e rentistas.
“Os juros altos servem, na verdade, aos interesses dos grandes bancos e rentistas. O Brasil pratica hoje a segunda maior taxa de juros reais do mundo e isto não deve ser naturalizado, é um absurdo que só responde a uma razão: enriquecer ainda mais um restrito grupo de parasitas que nada produzem e vivem embolsando juros, em detrimento dos investimentos públicos e do crescimento econômico. A luta pela redução dos juros no Brasil é fundamental”, afirmou Adilson Araújo, presidente da CTB, expressando uma posição crítica em relação à política atual de juros.
A última alteração na Selic ocorreu na reunião de maio, quando o Copom decidiu por uma redução de 0,25 ponto percentual. Anteriormente, desde agosto de 2023, a política vinha sendo de cortes mais agressivos, com reduções de 0,50% a cada encontro, impulsionada pela pressão de diversos setores da sociedade, incluindo trabalhadores, setores produtivos e o Governo Federal.