Os líderes do G7, um grupo de potências em franca decadência encabeçado pelos EUA, está reunido na Itália com uma pauta que inclui vários temas, mas tem por principal objetivo criticar e fustigar a China e a Rússia.
Refletindo a estratégia imperialista de Washington, a organização promete retaliações comerciais e financeiras contra Pequim, usando como pretexto as recorrentes acusações de que os chineses se valem de práticas comerciais “injustas” e estão ajudando os russos a produzir armas para usar no conflito com os ucranianos.
O pano de fundo da reunião é a crise geopolítica originada pelo declínio da hegemonia econômica dos Estados Unidos e de todo o chamado Ocidente sobre o mundo, que tem por contrapartida a ascensão da China, ao lado de outras potências emergentes.
Decadência
Embora ainda sejam considerados por alguns veículos da mídia burguesa os países mais ricos do mundo, o grupo constituído pelos Estados Unidos, Itália, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha e Japão já não é o que era no passado.
Quando se avalia a força econômica relativa medida em Paridade de Poder de Compra percebe-se que só EUA, Alemanha e Japão permanecem no grupo dos sete países mais ricos do globo. A China ocupa o primeiro lugar.
Conforme notou a presidenta do NBD (Novo Banco de Desenvolvimento) e ex-presidenta da República, Dilma Rousseff, o Brics já representa 31,5% do PIB (Produto Interno Bruto) global, superando os 30,8% do G7.
Incoerência ideológica
Observa-se, objetivamente, por conta das transformações econômicas ocorridas ao longo das últimas décadas sob o impulso do desenvolvimento desigual, um deslocamento do poder geopolítico dos EUA para a China e, de forma mais ampla, do Ocidente para o Oriente e do Norte para o Sul.
Conter a China é, hoje, a vã obsessão que anima a política externa dos EUA, que procura arrastar o conjunto do G7 para o mesmo pântano diplomático. Não se espantem com a incoerência ideológica dos arautos do imperialismo, que em contradição com as pregações neoliberais, promovem agora a ressurreição do protecionismo, uma forte intervenção do Estado na economia visando a reindustrialização, uma guerra tecnológica contra a China e a negação do livre comércio e da globalização econômica.
Os fatos sugerem que os imperialistas não vão conseguir conter o avanço impetuoso da China com protecionismo e sanções, que por sinal também não produziram os efeitos desejados contra Moscou e também têm efeitos colaterais, funcionando como um tiro no pé.
O aumento das tensões e a obsessão irracional do imperialismo podem resultar em confrontos bem mais violentos e perigosos para a humanidade e o planeta.