A greve dos professores e técnicos administrativos nas universidades federais foi debatida, nesta quinta-feira (13), em audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Evento realizado pela Comissão de Educação da Casa, contou com a participação de lideranças da ASSUFBA, APUB e SINASEFE-IFBA, além da CTB Bahia, CUT e as deputadas federais Alice Portugal (PCdoB) e Lídice da Mata (PSB).
Olívia Santana destacou que a Comissão não poderia deixar de debater movimentos importantes. “É papel nosso trazer para o Parlamento as discussões sobre a educação, em todos os seus níveis. É essencial ouvir as entidades que realizam uma greve forte pelos direitos das suas categorias e para melhorar a educação nas universidades federais, importantes para o desenvolvimento do nosso País”, afirmou.
Coordenador-geral da ASSUFBA, Renato Jorge lembrou que já são 92 dias de movimento dos servidores. “A greve cumpriu o papel importante de trazer para o debate a questão dos recursos para a educação e as universidades. Nossa luta é por melhores salários, reestruturação das carreiras, assistência estudantil, qualidade na educação e contra a precarização do trabalho dos técnicos-administrativos”, destacou.
Presente no ato, a presidenta da CTB Bahia reafirmou o compromisso da Central com a luta. “Estamos com vocês pela valorização dos profissionais que garantem o funcionamento das nossas universidades e o desenvolvimento do Brasil. O governo Lula tem feito coisas boas, mas precisa avançar nas pautas da classe trabalhadora, especialmente dos servidores públicos. Queremos desenvolvimento e crescimento econômico com valorização do trabalho, em todas as atividades. A CTB está ao lado da ASSUFBA, FASUBRA, ANDES, APUB e do SINASEF na defesa dessas categorias importantes”, enfatizou.
PRESSÃO DE FORA PARA DENTRO
A deputada federal Alice Portugal ressaltou que todas as conquistas para as universidades têm relação com as lutas desenvolvidas ao longo de muitos anos. “Esta greve não é contra Lula, é a favor das universidades e do Brasil, que precisam de orçamento e profissionais valorizados. Os servidores das universidades têm os piores salários do Executivo e os professores estão com seus salários congelados. É importante mobilizar a sociedade e exercer pressão de fora para dentro, para vencermos o conservadorismo dentro do Congresso Nacional”, defendeu.
Segundo a presidenta da APUB, professora Clarisse Paradis, a greve tem três pontos principais. “Lutamos por reajuste e reestruturação das carreiras; recomposição orçamentária das universidades; e melhoria na assistência estudantil. Reconhecemos muitas mudanças importantes nos governos progressistas, mas é preciso avançar na valorização do nosso trabalho”, pontuou.
Dirigente do SINASEFE, Marilene Socorro criticou os problemas estruturais nas universidades e os cortes orçamentários. “Não lutamos contra o governo Lula, mas por melhorias para quem trabalha nelas. A greve mostra que a educação de nível superior precisa de mais recursos”, afirmou.
Para o dirigente da ANDES, Haroldo Félix, a greve mostra força em todo o País. “O que está em jogo é a disputa pelo orçamento das universidades e melhores salários. Já acumulamos perdas de 22,71% e não podemos aceitar zero por cento neste ano. O governo precisa apresentar uma proposta aceitável, ou o movimento seguirá firme”, enfatizou.
A ex-vereadora de Salvador e dirigente do PCdoB, Aladilce Souza , também, prestou sua solidariedade às categorias e suas entidades. “Os servidores públicos são os principais responsáveis pelo sucesso das políticas implementadas pelos governos. Por isso, lutam por respeito e valorização. A greve nas universidades tem todo apoio do nosso partido”, disse.
Informações: CTB-BA.