CTB-BA prestigia Fetiaba e sindicatos em seminário de campanha salarial

Foto: CTB-BA.

Nesta quarta-feira (15), no auditório da Federação dos Bancários da Bahia, em Salvador, a Fetiaba (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos da Bahia) realizou um seminário de planejamento da campanha salarial e negociação coletiva. Dirigentes de sindicatos como Sindibeb, Sindicarne e Sintercoba debateram o momento político e a situação econômica do País com o vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB) e a supervisora técnica do Dieese, Ana Georgina Dias. O evento contou com as presenças das presidentas da CUT, Leninha, e da CTB Bahia, Rosa de Souza. Fizeram saudações a presidenta da UBM Bahia, Jéssica Baiano, e Tereza Bandeira, dirigente do Sinttel e da CTB Bahia.

“A maioria das campanhas salariais dos nossos sindicatos acontecem em maio. Precisamos nos municiar de conhecimentos da atualidade para realizarmos boas negociações. O seminário também ajuda a unificar nosso pensamento e nossa ação durante as campanhas”, afirmou o presidente da Fetiaba, Dácio Ângelo.

Em sua saudação, a presidenta da CTB Bahia, Rosa de Souza, lembrou que a luta se desenvolve em novo momento do Brasil com o governo Lula. “É ainda mais amplo do que em 2002 e lidando com um Congresso mais conservador, com o Centrão e extrema direita chantageando o tempo todo. Mesmo assim, o governo já fez mudanças importantes: política de valorização do salário mínimo; lei da igualdade salarial entre homens e mulheres; Bolsa Família com valor maior; Minha Casa Minha Vida; retomada de mais de 14 mil obras paradas, gerando mais empregos [foram 2,2 milhões 200 mil novos postos de trabalho até março desse ano. Além do retorno de políticas sociais”, pontuou.

Segundo a dirigente, só vai avançar mais com a luta do movimento sindical e dos movimentos sociais. “Queremos mudanças em vários pontos da reforma trabalhista e a volta do financiamento dos sindicatos decidido em assembleia, por exemplo. Nossa luta é por um país com desenvolvimento e valorização do trabalho. A CTB está com a Fetiaba em suas lutas e conta com vocês para essa tarefa pelo novo Brasil”, enfatizou.

Dirigente do Sindibeb e da CTB Bahia, Adriano Abreu falou da importância do financiamento sindical. “Estivemos em um debate no Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre o tema. Ficou claro que é necessária uma lei que garanta a autonomia dos sindicatos e suas categorias para definirem, em assembleia, sobre como garantir o sustento das entidades para realizarem lutas e outras atividades”, destacou.

POLÍTICA E ECONOMIA

Ao tratar do momento político, Augusto Vasconcelos ressaltou a tensão no mundo, com guerras entre Rússia e Ucrânia, o massacre de Israel contra o povo palestino e a taxação de produtos chineses pelos EUA. “No Brasil, Lula ganhou apertado, mostrando a polarização no país. Enfrentamos a indústria da fake news, que estimula ódio e desinformação. Como entender que a economia melhora, mas a popularidade de Lula oscila a cada pesquisa? É falha na comunicação, do governo e nossa, também”, ponderou.

Para Vasconcelos, o momento exige mais das categorias e seus sindicatos. “Os sindicatos são escolas de cidadania. Devem retomar o protagonismo político e falar mais sobre as mudanças que estão acontecendo. É preciso ocupar mais espaços políticos. Em outubro, é debater a importância de elegermos quem tem compromisso com a classe trabalhadora”, enfatizou.

Segundo a economista Ana Georgina Dias, as mudanças que estão ocorrendo na economia brasileira ajudam na luta. “Garantir ganho real no salário mínimo injetou milhões na economia e ajudou os sindicatos a negociarem melhor, conquistando ganho real. A expectativa de crescimento do PIB é de 2,09% neste ano e 2% em 2025. Isso projeta boas negociações nas campanhas salariais. A inflação da data-base de maio, pelo IPCA, é de 3,69%”, destacou.

Em relação ao setor de Alimentação, a supervisora técnica do Dieese trouxe números importantes de 2023: o faturamento do setor correspondeu a 10,8% do PIB brasileiro; R$ 23,6 bilhões foram investidos; exporta para 190 países, faturando R$ 5 bilhões e respondendo por 17,6% das exportações brasileiras.

Relativo às negociações, Ana Georgina ressaltou que 83,6% das negociações garantiram reajuste acima da inflação. “A redução da inflação, importante para as negociações coletivas, impactou positivamente no número de negociações que conseguiram repor a perda inflacionária do período negociado. As campanhas salariais são importantes espaços de conquista de maior poder aquisitivo, que se reverterá em consumo (especialmente alimentos e bebidas) e estímulo à atividade econômica”, afirmou.

Informações: CTB-BA.

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