A situação vivida pelo Rio Grande do Sul nos últimos dias é caótica, diversos municípios foram devastados, os estragos atingem zonas rurais e urbanas. Nesta quarta-feira (08), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), mais uma vez, em nome da agricultura familiar gaúcha, clamou ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, por medidas urgentes que tragam alento para quem perdeu tudo ou quase tudo nos últimos dias. Nesta quinta-feira (9), a Fetag-RS está reunida com a coordenação das vinte e três regionais sindicais para definição da pauta que será entregue aos governos do Estado e da União.
A Federação solicitou ao ministro que os vencimentos de todas as operações de crédito, seja de investimento ou custeio, de produtores rurais do Rio Grande do Sul sejam prorrogados por pelo menos 120 dias, tempo suficiente para que sejam elaboradas pelas entidades representativas e pelo governo propostas concretas e viáveis para atender os anseios da categoria.
Para o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, o “Rio Grande do Sul está agonizando e a previsão do tempo para os próximos dias não é favorável. Temos relatos de agricultores familiares que perderam absolutamente tudo e ainda estão endividados. Como essas pessoas poderão se manter pelos próximos meses e ainda honrar com seus compromissos financeiros? Não serão com medidas paliativas que iremos resolver os problemas. Precisaremos de renegociação por um prazo longo, pelo menos 12 anos para pagamento, recursos que garantam a reconstrução das unidades produtivas e investimentos que ultrapassem o CadÚnico, que hoje não atende o agricultor familiar”.
Em sua fala, Joel ressaltou que é prematuro falar em volume de prejuízos, já que a água está baixando ainda e a chuva retornou ao Estado nesta quarta-feira. “O cenário que vimos no ano passado, agora é muito maior. Temos que ter como prioridade máxima resgatar pessoas e na sequência abrir corredores que permitam o acesso nas propriedades leiteiras e para levar ração e mantimentos para as famílias. Obviamente que depois teremos que tratar de reconstrução do Estado e das propriedades. Precisaremos de recursos inclusive para a malha viária gaúcha e, momento oportuno, discutir novas ações”.
O ministro Paulo Teixeira relatou algumas medidas como sendo importantes, tais como a suspensão do pagamento de prestações e, em alguns casos, anistia, além do pagamento de algum auxílio para a agricultura familiar e crédito emergencial para recuperar as propriedades atingidas.
O MDA irá apresentar o pedido de suspensão imediata nos pagamentos das dívidas, a princípio por 90 dias, além da venda de milho balcão junto a Conab. Sobre crédito extraordinário, haverá ainda um estudo para verificar a viabilidade e qual seria o valor. Nos próximos dias, o ministério apresentará o resultado para as entidades.
Participaram da reunião o presidente da Contag, Aristides dos Santos; parlamentares e representantes, além de dirigentes de entidades representativas do setor e movimentos sociais.
Informações: Fetag.