Câmara aprova em 1º turno retrocessos para o saneamento de São Paulo

Fotos: Lucas Bassi / Rede Câmara

Por 36 a 18, Câmara de Vereadores de São Paulo aprova – em 1º turno – a entrega da Sabesp, terceira maior empresa de saneamento do mundo, à iniciativa privada e valida projeto de Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes.

“Um crime contra São Paulo que ataca direitos fundamentais e coloca em risco a vida de milhões, em especial dos mais vulneráveis. A luta segue ocupando as demais audiências e pressionando para que, em segunda votação, a gente consiga virar o jogo”, destacou a direção do Sintaema.

O Sindicato orienta estado de mobilização permanente para seguir na luta em defesa da Sabesp pública e seguirá atuando em outras instâncias para que o direito à água seja respeitado.

VOTARAM CONTRA SÃO PAULO E PELO FIM DO ACESSO UNIVERSAL AO SANEAMENTO OS VEREADORES:

Aurelio Nomura
Carlos Bezerra
Coronel Salles
Cris Monteiro
Danilo Do Posto
Dr Milton Ferreira
Dr Nunes Peixeiro
Dra Sandra Tadeu
Edir Sales
Eli Correa
Ely Teruel
Fabio Riva
Fernado Holiday
George Hato
Gilberto Nascimento
Gilson Barreto
Isac Felix
Janaina Lima
Jão Jorge
Jorge Wilson Filho
Major Palumbo
Marcos Messias
Marlom Luz
Milton Leite
Paulo Franje
Ricardo Teixeira
Rinaldi Digilio
Rodrigo Goulart
Rubinho Nunes
Ruth Costa
Sandra Santana
Sansão Pereira
Sidney Cruz
Soanira Fernandes
Thammy Miranda
Xexeu Tripoli

Mesmo com a aprovação, as bancadas do PT e do PSOL informaram que entrarão com uma ação na Justiça para anular a votação e pedir que ocorra somente após o fim das audiências públicas, previstas para terminar no final do mês de abril.

Questionamento à privatização

Helio Rodrigues (PT) denunciou a interrupção abrupta da discussão do projeto no Congresso de Comissões. “Estamos diante de uma verdadeira aberração”. Para ele, não tem paralelo na história privatizar uma empresa que é competitiva, “que coloca nos cofres públicos do município de São Paulo todo ano R$ 650 milhões”.  Jair Tatto (PT) foi na mesma linha. “Peraí, se a gente privatiza o que dá prejuízo, daí eu topo. Agora, privatizar aquilo que dá lucro, uma empresa que é responsável por 13% de todo o investimento da cidade de São Paulo?”

Para Manoel Del Rio (PT), os moradores das periferias serão os principais prejudicados. “Uma empresa que não é pública não vai instalar água e esgoto aonde não dá lucro. As nossas periferias não vão ter água com a empresa privatizada”.

Exemplos de fracasso

Por outro lado, Luna Zarattini (PT) e Alessandro Guedes (PT) ressaltaram as consequências negativas da privatização dos serviços de água e saneamento no estado do Rio de Janeiro. “Aumentou o número de reclamações, diminuiu o tratamento de esgoto”, denunciou Luna. “No fundo, eles sabem que a privatização não vai melhorar a qualidade da água, não vai ampliar os serviços, nem tampouco vai diminuir as tarifas”.

Guedes ressaltou que, atualmente a Sabesp cobra R$ 71 por 10 metros cúbicos de água. Na tarifa social, esse valor cai para R$ 22. Já a companhia Águas do Rio cobra R$ 134 – e R$ 60, na tarifa social. “Anotem o nome de quem vai votar contra você e cobrem para que mudem o voto na segunda votação. É isso que tem que acontecer”. E lembrou ainda que Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido privatizaram os serviços de água e depois voltaram atrás. “Daqui dez anos a cidade de São Paulo vai querer reestatizar”, reforçou Eliseu Gabriel (PSB).

“Vai ser nas ruas e no judiciário que a gente vai derrubar isso”, afirmou o vereador Carlos Giannazi (Psol). “Essa Câmara está aprovando como se fosse qualquer coisa um projeto que impacta profundamente na vida das pessoas. A gente está falando do acesso das pessoas à água potável. Tem impacto nas políticas de educação, saúde e habitação. Nunes está obedecendo Tarcísio e impondo esse absurdo completo, por uma razão eleitoral. Somente meia dúzia de acionistas é que vai ganhar com esse processo”, denunciou Luana Alves (Psol).

Sintaema, unidade e muita luta!
Defesa a Sabesp pública

*Com informações da RBA e Sintaema

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