No último dia 10 de abril, quarta-feira, uma importante audiência entre representantes dos sindicatos e centrais sindicais do Pará e o governo do estado marcou um ponto de tensão na busca por um reajuste salarial para os servidores públicos. A reunião, que aconteceu na capital paraense, teve como objetivo principal debater a questão dos salários dos funcionários públicos, que estão congelados há anos, gerando insatisfação e mobilização por parte dos trabalhadores.
Após intensas negociações, não foi possível chegar a um acordo entre as partes, o que resultou em um ato público e no fechamento da principal avenida de Belém, a Almirante Barroso. Para Cléber Rezende, presidente da CTB-PA, a falta de consenso demonstra a necessidade de uma postura mais efetiva por parte do governo em relação às demandas dos servidores.
“Na Quarta-feira 10 de abril teve uma audiência com o governo do Pará e o Movimento Sindical, como não houve acordo, teve um ato e fechamento da principal avenida de Belém que é a Almirante Barroso, e as negociações seguem em defesa da campanha de reajuste salarial dos servidores públicos”, afirmou Rezende.
Antônia Trindade, Vice-Presidenta da CTB Pará e Presidenta do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Pará, expressou sua preocupação com a falta de avanços nas discussões e a postura do governo frente às demandas dos trabalhadores.
“O governo disse que não tem condições de fazer o reajuste e depois de muita insistência marcaram outra reunião para agosto. Discutimos também a saúde pública e privada no Pará para ter uma mesa específica sobre educação, saúde e IASEP – Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará… achei algo desagornizado do governo, diferente de mesas de negociação anteriores”, destacou Trindade.
A falta de um reajuste salarial para os servidores públicos é vista como uma oportunidade perdida pelo governo para demonstrar seu compromisso com o bem-estar dos funcionários e sua valorização. Valdo Martins, Presidente da Federação dos Servidores Públicos do Estado do Pará – FSPEPA, ressaltou a frustração dos trabalhadores diante da situação atual.
“O governo perdeu uma oportunidade de se redimir perante os servidores públicos, uma vez que os salários estão congelados, mas existe um forte equilíbrio fiscal no estado, a arrecadação do estado tem aumentado ano após ano, as despesas estão controladas em 42%, existe portanto segundo a lei de responsabilidade fiscal, uma margem bem grande para que houvesse o reajuste salarial, uma vez que o limite prudencial da responsabilidade fiscal é em torno de 47%.”, argumentou Martins.
“Na audiência o Governo atendeu a solicitação das entidades sindicais do servidores públicos estaduais, confirmando o reajuste de R$ 500,00 no Ticket Alimentação, passando dos atuais mil reais para R$ 1.500,00 cada, também fará a equiparação do salário minimo com retroativo a janeiro para os servidores públicos que tem o salário mínimo como referência de salário base, o “balde de água fria” foi o governo, novamente, não garantir reajuste salarial, propondo nova rodada de negociaçao somente no mês de agosto, mantendo a lógica de arrocho salarial ao funcionalismo público paraense. Assim, caberá forte mobilização em todo o Pará, para forçar o governo Helder reajustar os salários dos servidores estaduais. Vamos à luta!”, disse Kleófas Dias, Presidente do Sindicato das Fundações e Autarquias do Estado do Pará – SINDFEPA.
Diante deste impasse, os servidores públicos do Pará seguem mobilizados em busca de uma solução que contemple suas demandas por reajuste salarial e valorização profissional. Enquanto isso, a expectativa é de que novas rodadas de negociação possam trazer avanços significativos para a categoria.
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Seguimos mobilizados em torno de nossa pauta salarial