Por Professora Francisca
A verborragia de Elon Musk, dono do X (ex-Twitter) e outras plataformas de internet, querendo mandar no Brasil, em total desrespeito à soberania nacional, mostra a urgência do país ter leis que regulem o funcionamento das redes sociais, exigindo civilidade, respeito e obediência às leis do país.
Esse episódio tem tudo a ver com o que está acontecendo na educação pública brasileira. E quem, como nós, acredita que a interação humana está no centro de uma educação voltada para um futuro onde predomine a inteligência, o respeito a todas as pessoas e a diversidade humana, se posiciona contra a chamada plataformização da educação, que ocorre em muitos estados.
Ninguém é contra a utilização das novas tecnologias na educação, mas essa utilização deve ser bem feita com ampla preparação dos profissionais e com os equipamentos necessários para funcionar bem. A tecnologia deve ser um meio para melhorar a interação humana e ajudar as professoras e os professores no seu trabalho. A tecnologia deve ser um meio e não o fim do processo educacional, assim como em tudo na vida, além de proporcionar o acesso ao conhecimento a todas as pessoas e combater as desigualdades.
Entendendo que a tecnologia deve ser usada em benefício de todas as pessoas. Fala-se muito atualmente sobre o uso da inteligência artificial, o que pode ser profundamente prejudicial ao processo de ensinar e aprender. Nada supera o cérebro humano e nada pode substituir o sentimento de humanidade nas interações educativas.
A pandemia nos mostrou claramente que as máquinas não substituem a interação humana, o olho no olho, o debate, o olhar com afeto sobre todas as questões. Fica claro a necessidade de uma educação baseada no diálogo, na democracia. Por isso, gestão democrática em todo o país é essencial para a educação ter a qualidade social e um melhor ambiente de trabalho.
Ao contrário do que acontece com a plataformização, feita de cima para baixo, sem o menor preparo de quem vai trabalhar com isso e em total desrespeito à inteligência e à diversidade. As plataformas digitais se mostram inoperantes, com conteúdo raso, totalmente adversa ao desenvolvimento do conhecimento e do pensamento crítico.
Reafirmamos a importância de se usar as tecnologias em benefício do desenvolvimento humano no processo educacional, respeitando-se todos os setores envolvidos e democraticamente buscar soluções capazes de melhorar a vida de todas e todos.
Professora Francisca é diretora da Secretaria de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, da Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), secretária de Finanças da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e diretora da CTB-SP.