Por Altamiro Borges
Na terça-feira (12), um grupo de deputados bolsonaristas foi barrado no Congresso Nacional dos EUA, em Washington. Na sequência, os panacas usaram um púlpito caindo aos pedaços para dar uma “coletiva à imprensa” diante do Capitólio – só que não tinha microfones, câmeras e nem jornalistas. Uma cena patética. Nas redes sociais, o vexame da comitiva nativa foi motivo de chacota, de gozação.
O filhote 03 do “capetão”, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), vulgo Dudu Bananinha, foi o orador da turma. Junto com ele, entre outros, Gustavo Gayer (PL-GO), alvo de operações da Polícia Federal, Zé Trovão (PL-SC), que só recentemente se livrou da tornozeleira eletrônica, André Fernandes (PL-CE), outro enrolado no Supremo Tribunal Federal (STF), e o fascistinha Marcel Van Hattem (Novo-RS).
Em seu “pronunciamento”, Dudu Bananinha – que adora torturadores e ditadores, circula livremente no país e vive viajando pelo mundo, torrando grana dos contribuintes – comparou o Brasil a “campos de concentração” e jurou que o país vive uma “ditadura do judiciário”. Não é para menos que o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos EUA, Jim McGovern, vetou a entrada da comitiva no Capitólio sob a argumento de que era preciso barrar o negacionismo conspiratório.
Cena patética devia ser levada a sério
A cena patética em Washington, porém, deveria ser levada a sério. Ela mostra que a extrema direita nativa está bem ativa. Perdeu a eleição presidencial em 2022, ficou desmoralizada em suas inúmeras tentativas golpistas, está metida em vários processos, mas não se intimida e não recua. Adota a tática de que a melhor defesa é o ataque. Ela se articula internacionalmente, viajando aos EUA e recebendo apoios do fascista Donald Trump, do carniceiro Benjamin Netanyahu e do salazarista André Ventura.
Os bolsonaristas também ocupam as ruas, como no ato de 25 de fevereiro na Avenida Paulista; as redes digitais, com novos picos de fake news e campanhas de ódio; e os espaços institucionais, com a indicação de notórios provocadores, como Caroline de Toni e Nikolas Ferreira, para comissões da Câmara dos Deputados. Além disso, a extrema direita está em plena ação para as eleições municipais de outubro. Só o PL, partido de aluguel de Jair Bolsonaro, projeta eleger mais de mil prefeitos.
Ou seja: o bolsonarismo não está acuado. E o campo popular e democrático, e as forças de esquerda? O governo Lula parece preocupado apenas com as tais “entregas”, numa visão meio administrativista e burocrática. Não faz disputa de ideias na sociedade, não demarca terrenos, não compra brigas. É como se o atual cenário fosse de tranquilidade, de paz e amor. Já a esquerda social e política parece estar com dificuldades de mobilizar suas bases e intensificar a batalha pela hegemonia. Por quanto tempo ficaremos dando risadas das cenas patéticas da extrema direita? Não dá para brincar com fogo!