Uma oficial lotada no navio Veracruz, da CMA CGM – Mercosul Line, revelou ter sido vítima de atos de assédio e intimidação por parte de um grupo de marítimos estrangeiros que estão embarcados no porta-contêineres Express France, de propriedade da mesma empresa. O caso teria ocorrido neste sábado (09) no Porto de Chibatão, em Manaus (AM), dentro de um veículo que fazia o transporte dos tripulantes entre a portaria e o píer onde os navios ficam atracados.
Segundo a representada do Sindmar, durante o trajeto os homens fizeram piadas de cunho sexual e chegaram a tocar em seu corpo, afirmando que queriam levá-la para o navio deles. Em outro momento, a oficial foi agarrada por trás por um dos estrangeiros, até que conseguiu se desvencilhar e retornar para o seu navio.
Ao longo do dia, o Sindmar apurou que a CMA CGM não estava colaborando efetivamente para que a vítima pudesse ir até uma delegacia registrar a ocorrência, o que é inaceitável.”Não cabe às empresas decidirem se haverá denúncia ou não quando acontece um crime, esse é um direito da marítima que tem que ser respeitada”, destacou o presidente do Sindmar e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos – Conttmaf, Carlos Müller.
“No sábado, a delegacia da mulher de Manaus colocou diligências a bordo das duas embarcações e ao final da noite, a vítima teve condições de fazer o seu depoimento na Polícia Civil”, enfatizou Müller.
Müller também elogiou a agilidade da Capitania dos Portos e do Ministério Público do Trabalho (MPT), que na manhã deste domingo vistoriaram as duas embarcações, tomando depoimentos dos tripulantes a bordo dos dois navios.
O navio que teve os tripulantes denunciados ainda não foi autorizado a deixar o Porto de Manaus. O Sindmar espera que essas ações tragam consequências para aqueles que não respeitam as mulheres e criam um ambiente de trabalho inseguro na indústria marítima. Com informações: Sindmar.
https://www.instagram.com/reel/C4WmSjNrKv0/?igsh=MjEyaTlja2xrazZ2