As provas colhidas até o momento pela Polícia Federal sobre a participação de Jair Bolsonaro na empreitada golpista que culminou no 8 de janeiro são robustas e corroboram a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid sobre a “minuta golpista” que previa a prisão do ministro do STF, Alexandre Moraes, e a deposição do presidente Lula.
O ex-presidente, que cometeu muitos outros crimes, teve seu passaporte apreendido e está proibido de manter contato com outros líderes golpistas, entre eles os generais Augusto Heleno e Braga Neto. O último foi seu candidato a vice que tem a pretensão de concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais deste ano.
É perceptível que o destino mais provável do chefe do fascismo brasileiro é a prisão. Não se sabe quando, mas a esta altura o caminho da Papuda parece um destino selado.
Isso explica a atitude desesperada do mito da extrema direita. Ele acha que pode reverter a situação para a mobilização das ruas. No chamado agronegócio, alguns latifundiários, inimigos do povo e da democracia, aderiram à convocação. Malafaia, o mercador da fé, também prometeu apoiar e financiar o ato convocado para o dia 25 em São Paulo.
Trata-se de uma aposta temerária, além de desesperada, conforme observaram alguns analistas. As evidências da participação de Bolsonaro na trama golpista e a determinação do ministro Alexandre de Moraes de punir os responsáveis, não poupando a cúpula, afastaram muitos aliados do ex-presidente não só no Parlamento e nos governos estaduais como também entre os evangélicos.
Os governadores eleitos na onda bolsonarista em São Paulo, no Rio e em Minas Gerais, até agora não se manifestaram publicamente contra as ações do STF e da Polícia Federal e nem reproduziram a narrativa (falsa) de que Bolsonaro é vítima de uma implacável perseguição política conduzida pela Corte Suprema.
Os advogados do líder golpista tentam reverter no STF a decisão de apreender seu passaporte, mas é pouco provável que tenham sucesso. O risco de fuga para o exterior, afinal, não só é grande como crescente. A apreensão do documento foi percebida por Bolsonaro como um sinal de que o cerco está se fechando e a prisão pode ser o próximo passo.
A convocação da manifestação na Avenida Paulista pode, ou não, ser um tiro no pé e ter por resultado um maior isolamento político ou mesmo precipitar sua prisão. É uma aposta desesperada de um político encurralado pela Justiça.
Seja como for, não é prudente que as forças progressistas e democráticas assistam passivamente o desenrolar dos acontecimentos. É fundamental conscientizar e mobilizar o povo e realizar atos públicos massivos em defesa da democracia e pela punição rigorosa dos líderes golpistas cujo objetivo era instalar uma ditadura fascista em nosso país.
Lugar apropriado para golpista fascista é a cadeia.