Em 2023, o valor da cesta básica diminuiu em 15 capitais onde o Dieese realiza, mensalmente, a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos.
As reduções acumuladas mais expressivas, quando se compara dezembro de 2023 com o mesmo mês de 2022, foram registradas em Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%) e Natal (-4,84%).
Já as taxas positivas acumuladas ocorreram em Belém (0,94%) e Porto Alegre (0,12%).
As quedas mais significativas em 2023 foram verificadas nos itens destacados a seguir:
Carne bovina de 1ª – O aumento da disponibilidade de carne no mercado interno e a suspensão temporária da exportação para China resultaram na redução do valor do produto em todas as cidades da pesquisa.
Café em pó – O maior volume da safra de 2022/2023 mais de 8% acima do esperado – causou retração nos preços do grão e do café em pó no varejo, em todas as capitais.
Óleo de soja – A safra recorde baixou o preço do grão e do óleo de soja, apesar da firme demanda em todas as cidades pesquisadas.
Feijão carioquinha – Ficou mais caro nos primeiros meses do ano devido à redução da área plantada e à menor produtividade da primeira safra, consequência das chuvas excessivas. Com a entrada da segunda e da terceira safra de feijão, as cotações baixaram.
As altas mais importantes foram observadas nos seguintes produtos:
Arroz – A maior demanda, interna e externa, principalmente a partir do segundo trimestre, elevou os reços do grão em todas as capitais pesquisadas.
Feijão preto – A menor oferta e a maior demanda, em especial desde o segundo trimestre do ano de 2023, encareceu o valor do grão nas cidades do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, onde é pesquisado.
Farinha de mandioca – Mesmo com o aumento da área plantada e da produtividade, que elevou a oferta da raiz, o preço da farinha subiu na maioria dos estados no Norte e no Nordeste, puxado pela demanda firme, pela entressafra e pela instabilidade do clima, principalmente no Pará, um dos maiores produtores do país.
O comportamento dos preços dos alimentos ao longo do primeiro ano do governo Lula promoveu um alívio para o bolso dos trabalhadores e trabalhadoras e permitiu o aumento real dos salários, revertendo a tendência de forte arrocho que prevaleceu nos governos Temer e Bolsonaro, que fizeram de tudo para encher as burras dos capitalistas em detrimento dos direitos e interesses da classe trabalhadora.
Fonte: Dieese