Há exatamente seis décadas, durante o governo do saudoso Presidente João Goulart, o Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro – GO) recebia sua carta sindical, o seu registro político e legal de nascimento como sindicato.
Em sua história de 60 anos, o Sinpro Goiás atravessou os anos de chumbo da covarde ditadura militar brasileira. Mas com a retomada classista de 1980, liderada pelo Professor Sílvio Costa, um novo tempo se consolidou e o Sinpro Goiás consagrou seu compromisso com a luta maior, com a defesa dos interesses e objetivos democráticos e revolucionários da classe trabalhadora.
Com essa marcante retomada, a ação político-sindical do Sinpro superou a velha e reducionista concepção meramente corporativista de sindicalismo.
Nessa trajetória classista, de forma expressiva nos últimos 43 anos, o Sinpro lutou pela redemocratização do Brasil, ombro a ombro com o povo brasileiro e com as demais entidades classistas.
Defendeu a Constituinte e trabalhou para que a Constituição de 1988 fosse promulgada, devolvendo e ampliando direitos civis, políticos e sociais, fundamentos da cidadania da nossa brava gente
Anunciou que o marco fundante desse sistema seria a educação como direito social dos brasileiros e das brasileiras e não como mera mercadoria.
Lutou com ardor para fechar negociações sindicais, assinar convenções coletivas de trabalho, acordos e reajustes salariais, que sempre se destacaram nacionalmente.
Hoje, ao completar 60 anos de história, o Sinpro Goiás renova seu compromisso de luta em defesa dos direitos da categoria. A inadmissível situação dos professores e das professoras do setor privado de ensino, os quais vivem o pavor da instabilidade no emprego e da redução de sua carga horária e do seu salário, especialmente nessa fase de final de ano, quando as demissões se multiplicam, convoca todos para a luta.
A vil condição que submete tantos/as a contratos precarizados, intermitentes, uberizados, cerceados na sua liberdade de cátedra e sem respeito aos direitos da mulher professora, impõe à classe o dever da resistência.
A Conferência Nacional de Educação/CONAE se aproxima. As reivindicações que propugnam a regulação do setor privado, negociações coletivas nacionais, estabelecimento de piso salarial nacional também para professores/as do setor privado, bem como os demais direitos da carreira docente, ddvem constar no texto final da CONAE a fim de se converterem em política pública nacional.
Além disso, o Sinpro Goiás e demais sindicatos que representam professoras e professores do setor privado no Brasil têm o grande desafio de fortalecer a luta unitária para que o Ministério da Educação regule e fiscalize, com efetividade, o ensino superior privado, pois o que se vê é seu crescimento de forma anômala país a fora, a dominar mais de 80% das matrículas, com avanço indiscriminado do EAD, o que precariza ainda mais e de forma viu os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras em educação e oferece à sociedade uma educação superior sem a qualidade que a indissociável ação pedagógica integradora de ensino-pesquisa-extensão exige.
Ao chegar aos 60 anos, ao passo que convoca professores e professoras à luta, o Sinpro conclama estudantes, familiares, universidades formadoras, conselhos de educação e a toda sociedade a uma companha de valorização da carreira docente, pois sem professores/as valorizados/as não teremos perspectivas de futuro como humanidade.
Filie-se ao Sinpro e venha fazer parte dessa história.
Prof. Railton Nascimento Souza
Presidente do Sinpro Goiás