Nesta terça-feira (19), representantes de diversas entidades da educação, entre elas a APLB-Sindicato e CNTE, promoveram um ato em Brasília em oposição ao Novo Ensino Médio. A mobilização resultou no anúncio feito pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, informando o adiamento da votação do projeto de lei que estabelecerá as diretrizes para a Política Nacional de Ensino Médio para março de 2024. O adiamento da votação do projeto foi resultado de uma articulação com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o relator da proposta, o deputado Mendonça Filho (União-PE). A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) marcou presença, com a secretária de Políticas Educacionais e diretora da APLB-Sindicato, Arielma Galvão.
Durante o evento, Arielma Galvão, secretária adjunta de Políticas Educacionais da CTB, enfatizou a importância da luta contra o Novo Ensino Médio. “Nós queremos um ensino médio que dê autonomia ao povo, e aos nossos estudantes, como disse Paulo Freire. Continuaremos lutando pelo Brasil, por um ensino médio que seja verdadeiramente nosso”, declarou Arielma.
A secretária também ressaltou a conquista de adiar a votação até depois da Conferência Nacional de Educação (Conae) e destacou a necessidade de combater o novo modelo, apontando suas desigualdades e desqualificações na formação de professores e alunos.
Arielma Galvão toma posse no Conselho de Políticas Educacionais para Juventude
Ainda em Brasília, a secretária adjunta de Políticas Educacionais da CTB, participou de um segundo ato, onde tomou posse no Conselho de Políticas Educacionais para Juventude sendo titular, e o Jonas de Paula, secretário de Políticas Educacionais da CTB, é suplente. “Nesse espaço também faremos a luta, não só na questão do ensino médio, mas todas as políticas em atenção a nossa juventude, e a CTB defende uma educação de qualidade, baseada na gestão democrática e que fortaleça os trabalhadores e trabalhadores”, concluiu Arielma.
Críticas à reforma do ensino médio
No contexto da Reforma do Ensino Médio, implementada durante o governo Michel Temer (MDB) e Mendonça Filho, as horas da formação geral básica foram fragmentadas para 1.800 horas, com acréscimo de 1.200 horas para itinerários formativos.
Esse modelo tem sido alvo de críticas por estudantes, professores e especialistas, que apontam para o empobrecimento da formação dos alunos e a falta de estrutura adequada. Em outubro, o Ministério da Educação (MEC) apresentou um texto restabelecendo as 2.400 horas mínimas para a formação geral básica, mas o deputado Mendonça Filho, em articulação com os secretários de Educação, propõe 2.100 horas para a formação geral básica e 900 horas para a formação técnica, estabelecendo um cenário de embates para o próximo ano. Com informações: APLB- Sindicato.