A crise ambiental, que aparentemente não terá uma solução satisfatória sob o capitalismo, ganhou novos contornos e dimensões ao longo deste ano, quando foi registrado uma expressiva elevação da temperatura, traduzindo o que os especialistas consideram como aquecimento global.
No dia 17 de novembro, uma sexta-feira, o mundo bateu um marco considerado preocupante no cenário climático: pela 1ª vez, a média global de temperatura ultrapassou os 2°C de anomalia e atingiu exatos 2,07°C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900).
Observou-se também um grande número de desastres naturais. Entre janeiro e outubro, dados da ONU indicaram a ocorrência de 249 desastres naturais, afetando 52,6 milhões de pessoas, das quais 62,4 mil morreram. De acordo com a Organização das Nações Unidas o número de impactados por tragédias aumentou 80% em oito anos.
Em janeiro, um terremoto de magnitude 7,5 atingiu a ilha de Celebes, na Indonésia, matando mais de 2.000 pessoas e deixando outras 4.000 feridas. Em fevereiro, um terremoto de magnitude 6,4 atingiu a cidade de Hualien, em Taiwan, matando 17 pessoas e ferindo mais de 280. Em março, um terremoto de magnitude 6,9 atingiu a província de Van, no leste da Turquia, matando pelo menos 41 pessoas e ferindo outras 1.600.
Na madrugada de 6 de fevereiro, o sudeste da Turquia e parte da Síria foram devastados por um dos terremotos mais mortais dos últimos 100 anos. O tremor, de magnitude 7,8, seguido por outro nove horas depois, deixou pelo menos 56 mil mortos, quase 6 mil deles no lado sírio.
As imagens da catástrofe correram o mundo: um pai segurando a mão da filha de 15 anos, soterrada nos escombros na Turquia, ou um recém-nascido salvo milagrosamente na Síria, com o cordão umbilical ainda ligado à falecida mãe.
Os danos materiais são avaliados em mais de 100 bilhões de euros (quase 110 bilhões de dólares ou 538 bilhões de reais, na cotação atual).
No Brasil, de janeiro até outubro de 2023 o Brasil registrou 3.861 ocorrências, com 515,8 mil desalojados, 93,2 mil desabrigados e 7,9 mil mortos, segundo o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres do Governo Federal. A região Sul foi uma das mais afetadas.
O Rio Grande do Sul sofreu com uma sequência de nove ciclones extratropicais. Mais de 100 cidades foram atingidas, cerca de cinco mil abandonaram suas casas e mais de 50 pessoas morreram.