Após intensa luta do movimento sindical, movimentos sociais e oposição, o STF (Supremo Tribunal Federal) prorrogou para 20 de abril de 2024 o prazo para que Minas Gerais volte a pagar a dívida de R$ 157,57 bilhões com a União. Com a decisão, a ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) suspendeu a votação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que seria nesta quinta (14).
O modelo proposto pelo governador Romeu Zema (Novo) previa o adiamento do pagamento da dívida – que teria o valor atualizado para R$ 210 bilhões – por nove anos, em troca de um pacote de maldades, como congelar o salário dos servidores e privatizar estatais mineiras. O adiamento dá mais tempo para que outras alternativas sejam analisadas.
Para Valéria Morato, presidenta da CTB Minas, é necessário discutir novas propostas que sejam mais justas e que atendam aos anseios dos trabalhadores e do povo. “É uma grande vitória dos servidores públicos, dos sindicatos e das centrais sindicais e uma derrota para Zema, mas não podemos baixar a guarda, é hora de debater alternativas”, afirmou.
Para a sindicalista, o governador não tem outro objetivo que não seja atender a seus interesses. “Quer passar, a todo custo, a conta de sua má gestão para os trabalhadores e para Minas Gerais, lesando nosso patrimônio com privatizações de empresas essenciais ao nosso estado”.
Para o secretário adjunto de Serviços Públicos da CTB Minas e diretor adjunto de Servidores do Poder Judiciário da CSPB (Confederação dos Servidores Públicos do Brasil), Luiz Fernando Pereira Souza, a decisão é uma excelente notícia para os sindicatos que representam os trabalhadores do Serviço Público mineiro, que agora ganham fôlego na luta. “Ganhamos 120 dias para discutir outras saídas. Toda proposta é válida contra o terrível RRF, que já devastou contas de estados como o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. Vencemos nós, servidores públicos, venceu Minas e o povo mineiro, tão sacrificado”, disse o secretário. Informações: CTB-MG.