Realizado nos dias 8 a 10 de novembro o 4º Conselho Nacional da CTB aprovou a seguinte nota sobre o genocídio que o Estado terrorista de Israel está promovendo contra os palestinos na Faixa de Gaza:
Respaldado pelos EUA, Joe Biden, o governo da extrema direita de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, decidiu promover a barbárie no Oriente Médio, dando curso a um genocídio contra os palestinos confinados na Faixa de Gaza.
O cerco total ao território de 365 Kms, habitado por 2,3 milhões de palestinos, impedindo a circulação e abastecimento de remédios, alimentos, água e bens essenciais à sobrevivência, é proibido pelo direito humanitário internacional, conforme ressaltou com indignação o secretário geral da ONU, António Guterres.
A ofensiva assassina do Estado sionista, compreende bombardeios indiscriminados contra alvos civis, hospitais, escolas e já ceifou a vida de mais de 12 mil palestinos e palestinas, sendo dois terços dessas vítimas mulheres e crianças. Deixou a população sem água e energia, provocando uma catástrofe humanitária sem precedentes e forçando um êxodo massivo dos moradores de Gaza.
Israel tenta mascarar o genocídio com uma narrativa cínica, que atribui a culpa às próprias vítimas, contando com a cumplicidade de Washington e da mídia burguesa nesta narrativa torpe. A natureza infame das ações promovidas pela extrema direita sionista transpareceu nas declarações racistas do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, que comparou os palestinos a “animais”, lembrando palavras empregadas pelos nazistas em referência a judeus, comunistas, ciganos e adversários.
É preciso ressaltar a profícua participação do presidente Lula e do Itamaraty em defesa da vida dos brasileiros e das brasileiras residentes nas áreas de conflito e na defesa de uma solução diplomática, a constituição de um corredor humanitário para proteção dos civis e o cessar fogo. Em contraposição, o embaixador israelense no Brasil se reuniu com líderes da extrema direita numa tentativa de colocar em dúvida a capacidade do governo Lula mediar uma solução para o conflito.
O genocídio despertou indignação em todo o mundo, o que levou milhões de pessoas a saíram às ruas para repudiar o terrorismo sionista e exigir o cessar fogo. Londres registrou mais de 800 mil manifestantes e a mobilização resultou em mudanças ministeriais.
Em sintonia com o sentimento da nossa classes trabalhadora, o 4º Conselho Nacional da CTB condena energicamente o genocídio em curso, reitera sua solidariedade ao povo palestino e defende o imediato cessar fogo. É preciso lembrar que as principais vítimas do conflito, de ambos os lados, são membros da classe trabalhadora e gente do povo, sobretudo os mais pobres e vulneráveis.
As propostas de uma solução justa e pacífica para o dilema, preconizada pelo Brasil, como também pela China e outros países, esbarra na intransigência colonialista de Israel, que não abre mão de uma vingança genocida e conta com o apoio do imperialismo estadunidense, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e o exerceu contra uma proposta de pausa humanitária apresentada pelo Brasil.
É notória a ofensiva ideológica do imperialismo, desencadeada através da mídia burguesa no Brasil e em quase todo o mundo com o propósito de demonizar o povo palestino e justificar as atrocidades cometidas pelos sionistas, que há décadas mantêm os territórios da Palestina sob ocupação, recorrendo frequentemente a assassinatos de crianças, idosos e mulheres.
É inadmissível que o governo israelense continue se comportando impunemente à margem do direito internacional, sob o guarda chuva militar dos Estados Unidos. A opressão e o cerco israelense não são de hoje.
Há anos que a população palestina vive acossada e segregada, com seus territórios invadidos por colonos judeus e a Faixa de Gaza transformada em campo de concentração, sem direitos e sem perspectivas. Agora estão sendo considerados como sub-humanos, sujeitos a impiedosos bombardeios e deixados sem acesso a água, comida, saúde e energia. A paz não pode prosperar em tal ambiente.
Entendemos que é hora de encontrar uma solução justa capaz de garantir estabilidade e pacificar a região e esta passa pelo estabelecimento de dois Estados, com o imediato cessar foto e a criação e o reconhecimento do Estado Palestino com sede em Jerusalém Oriental.