Na segunda-feira (30), sindicalistas participaram do Congresso Eleitoral da Conttmaf, realizado no centro do Rio de Janeiro, ocasião em que elegeram representantes para a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal da entidade para os próximos três anos. O próximo mandato terá vigência no período de 2024 a 2027.
Delegados de entidades sindicais adimplentes, diretores eleitos e presidentes das federações filiadas à Confederação participaram do evento.
Além da eleição dos dirigentes sindicais da Conttmaf, o congresso possibilitou aos sindicalistas discutir e aprovar os projetos estratégicos nas atividades em cada setor. O conselho de representantes aprovou um plano estratégico consistente, que poderá ser consultado no fim deste texto.
No contexto da atuação das mulheres no setor de transportes, mesmo esta sendo uma bandeira antiga da representação sindical, a Conttmaf, visando tornar a luta mais justa e igualitária, aprovou a criação da Diretoria para Assuntos de Gênero e Juventude, para a qual foi eleita a companheira marítima Lorena Silva.
O conselho de representantes aprovou, ainda, uma proposta de adequação dos valores das contribuições das entidades filiadas à Conttmaf, buscando fortalecer o sistema confederativo, considerando o aumento do número de entidades filiadas e os impactos ocorridos nos últimos anos em decorrência da reforma trabalhista e da pandemia de Covid-19.
Em sua apresentação, o presidente da Federação Nacional dos Estivadores (FNE), José Adilson Pereira, destacou o trabalho de formação sindical dos portuários por meio de cursos de capacitação desenvolvidos em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O presidente da Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga de Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios nas Atividades Portuárias (Fenccovib), Mário Teixeira, defendeu a exclusividade dos trabalhadores portuários e os portos estatais duramente atacados no governo anterior.
O presidente da Federação Única do Setor Aéreo (Fusa), Paulo de Tarso Gonçalves Júnior, ressaltou a importância da Conttmaf para a interlocução com a Fundação Jorge Duprat Figueiredo (Fundacentro) na busca de uma norma regulamentadora para a categoria.
Já o presidente do Sindicato dos Pescadores dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (Siperjes), Maxuel José Monteiro da Costa, propôs o desenvolvimento de um projeto para processamento de pescados de descarte com o objetivo de contribuir com ações de combate à fome. Ele comemorou, também, a recente municipalização do Terminal Pesqueiro de Niterói, que antes estava sob gestão do governo federal.
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins (FNTTAA), Ricardo Ponzi, defendeu a necessidade de investimentos em infraestrutura hidroviária e a atuação do Brasil na hidrovia Paraguai-Paraná.
Após a explanação dos sindicalistas, o diretor da Conttmaf e Segundo-presidente do Sindmar, José Válido de Azevêdo da Conceição, fez uma retrospectiva da atuação da Confederação nos últimos anos, principalmente no período da pandemia de Covid-19.
Segundo ele, a Conttmaf desempenhou um papel fundamental junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que fossem estabelecidos protocolos de prevenção contra o novo coronavírus nos setores aquaviário e portuário, o que permitiu o abastecimento de remédios e de alimentos no território nacional e no mundo.
“A Confederação teve uma atuação essencial, não apenas para as entidades sindicais filiadas a ela, mas para o Brasil como um todo. A defesa dos trabalhadores que representa e o diálogo com a Anvisa para que esse trabalho pudesse acontecer foi muito importante para que a população continuasse se alimentando e o País se mantivesse de pé”, avaliou.
O presidente da Conttmaf e do Sindmar, Carlos Augusto Müller, além de fazer um resumo de sua atuação à frente da Confederação, apontou o retorno ao quadro de associados da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) como um grande passo para fortalecer a representatividade sindical brasileira no cenário mundial.
“A partir da ITF, conseguimos abrir caminhos para debater melhorias para os nossos representados junto a organismos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que conta com sessões dedicadas a discutir questões do nosso interesse e de onde saíram a MLC 2006, sobre o trabalho marítimo, e a Convenção 188, sobre o trabalho na pesca, para as quais contribuímos em sua elaboração”, declarou Müller ao destacar a relevância histórica da ITF, entidade fundada por aquaviários e portuários em 1896, antes mesmo da existência da OIT, órgão criado em 1919 pela Organização das Nações Unidas (ONU).