Por Professora Francisca
Vimos alertando os governantes sobre a imperiosa necessidade de termos segurança nas escolas, pois a política do ódio, da violência e do individualismo adentrou os muros das escolas brasileiras e paulistas há tempos.
Os ataques cresceram nos últimos anos, principalmente no desgoverno anterior ao do presidente Lula. O ex-presidente Bolsonaro sempre foi defensor do armamento como política de segurança pública e vociferou ódio e menosprezo às professoras, aos professores e a todos os profissionais da educação, porque na sua ignorância sempre pregou contra a ciência, a cultura e à vida.
O desgovernador de São Paulo, Tarcísio de Freitas comunga das mesmas insanidades, tanto que um dia após uma estudante ser assassinada a tiros dentro de uma escola da rede oficial do estado, o desgovernador compareceu a um ato público com um broche de uma arma em sua gravata, em total desrespeito à adolescente assassinada, sob a responsabilidade do estado, ou seja, da sua responsabilidade governador.
Tarcísio e o ainda secretário da Educação, Renato Feder fogem da responsabilidade de não terem feito nada para assegurar as vidas das pessoas nas escolas. A única proposta que apresentam é comprovadamente inócua, piora a situação com possibilidade de mais violência com policiais armados dentro das escolas.
A nossa luta é para preservar vidas e para isso é necessário dificultar o acesso às armas. Somente policiais devem andar armados. É fundamental desarmar a população, porque arma só serve para matar. Além disso, é importante responsabilizar, junto com o adolescente criminoso os pais que têm arma em casa com fácil acesso a adolescentes e crianças.
Nas escolas, é fundamental voltar com a figura do professor mediador de conflitos para impedir o crescimento da violência, seja através do bullying ou de outras formas. A existência do professor mediador, conhecedor da escola e da comunidade escolar deu ótimos resultados, mas foi abandonada já na gestão anterior.
Outro item essencial é a regulação das chamadas big techs (grandes empresas de redes sociais). Qualquer postagem que ameace vidas, que defenda ódio, preconceito, discriminação, violência e morte devem ser retiradas do ar imediatamente e os responsáveis punidos. A empresa que não proceder dessa forma deve ser responsabilizada igualmente.
Fora essas questões gerais, é preciso acelerar concursos para a contratação de profissionais da educação em número suficiente para garantir todos os protocolos de bom funcionamento de uma escola.
O desgovernador faz ao contrário. Corta verbas da educação pública, realizou um concurso para o preenchimento de somente 15 mil vagas para professoras e professores e não contrata servidoras e servidores em número suficiente.
Tarcísio vetou a contratação de psicólogos e assistentes sociais aprovada pela Assembleia Legislativa do estado, como uma das formas de colaborar ao combate à violência. Além disso não toma nenhuma providência para garantir segurança aos profissionais e aos estudantes. É um total desrespeito à vida. As escolas paulistas estão abandonadas, principalmente na periferia.
Para que nenhuma criança ou adolescente seja morta a tiros dentro de escolas, conclamamos toda a sociedade paulista a lutar incansavelmente pelo desarmamento e por mais investimentos em educação pública. Nenhum pai, nenhuma mãe querem mandar seu filho para a escola e recebê-lo morto.
Para resolver essa questão de forma a salvar vidas, é fundamental uma gestão democrática, que leve a comunidade escolar para dentro das escolas e na base do diálogo procuremos soluções inteligentes para acabar com esse tipo de ataque às escolas, que só interessa a quem vive pelo ódio.
Precisamos criar redes de apoio às escolas, aos profissionais da educação e aos estudantes, garantindo de forma democrática o acesso à educação em segurança e em paz. Para salvar a vida de nossos filhos precisamos lutar contra a cultura do ódio.
Basta de desgoverno em São Paulo. Fora Feder. Fora Tarcísio.
Professora Francisca é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp, secretária da Saúde dos(as) Trabalhadores(as) em Educação da CNTE, secretária adjunta Nacional de Finanças da CTB e diretora da CTB-SP.