Trabalhadores do saneamento, metroviários e ferroviários participaram nesta quarta-feira (18) da audiência pública na Alesp em apoio ao plebiscito contra a privatização da Sabesp, Metrô e CPTM. Os pronunciamentos de sindicalistas e parlamentares acusaram o governador Tarcísio de Freitas de obstruir o debate público e pressionaram por consulta oficial do governo do Estado em relação à venda da Sabesp.
A audiência pública aconteceu um dia após Tarcísio enviar para a Alesp o Projeto de Lei de privatização da Sabesp pedindo regime de urgência. O Sindicato dos trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente do estado de São Paulo (Sintaema), afirmou que Tarcísio assumiu o compromisso de campanha firmado com as empresas privadas do saneamento.
Sintaema afirmou que Tarcísio assumiu o compromisso de campanha firmado com as empresas privadas do saneamento.
“Ele não está preocupado em baratear o preço da tarifa, nem em levar água para o setor rural. Ele tá preocupado com o lucro. Não tem outro viés para destrinchar esse PL do Tarcísio”, afirmou a direção do Sintaema“.
Imprensa pró-privatização
O Sintaema criticou ainda a postura da imprensa ao noticiar o envio do PL dando manchete na capa com a promessa de Tarcísio de baratear a tarifa. “O trabalhador lê a manchete e fica achando que a tarifa vai ficar mais baixa com a privatização. Isso é de um significado enorme e mostra que temos dois inimigos: o governo do Estado e a imprensa vendida”.
O valor de venda da Sabesp que tem sido noticiado é de 46 bilhões. O Sintaema fez uma comparação: “Se fosse construir hoje o sistema Cantareira custaria mais de 100 bilhões. Quem investiu no sistema Cantareira foi o estado. A iniciativa privada não investiria assim como não investe no metrô e na CPTM”.
Luta na Alesp
O deputado Guilherme Cortez (PSOL) afirmou que a oposição vai realizar uma obstrução histórica na Alesp para barrar o projeto de privatização da Sabesp. “A oposição quer que o debate seja feito adequadamente quem quer obstruir o debate é o governo Tarcísio”, declarou o parlamentar.
“A população só não é consultada porque as privatizações são impopulares como a gente viu na pesquisa Datafolha”, completou o deputado. No primeiro semestre deste ano, 53% dos paulistas consultados sobre a privatização da Sabesp afirmaram ser contra o projeto.
Metrô e CPTM
O sindicato dos metroviários e o sindicato dos ferroviários Central do Brasil denunciaram que a privatização do metrô e da CPTM também está em curso em forma de terceirização dos projetos. No dia 10 de outubro foi realizado um pregão de terceirização dos serviços de atendimento do metrô. “Nesta semana teve um pregão de terceirização do pátio da manutenção do oratório”, informou Camila.
“Mas vejam vocês, os dois pregões estão empantanados porque as duas empresas que ganharam os pregões são empresas que não têm porte para cumprir essa função tão fundamental que é atender as pessoas nas 63 estações do metrô público ou garantir os serviços de manutenção do monotrilho, que demanda uma atenção tão grande pra garantir a segurança das pessoas”, completou Camila.
No caso da CPTM, está marcado um leilão de concessão da linha 7 da CPTM para o dia 29 de fevereiro de 2024.
Fortalecer plebiscito
A direção do Sintaema destacou o plebiscito popular como um dos principais instrumentos para envolver a população contra as privatizações. Aliar a luta nas ruas com a luta no parlamento. “O plebiscito está proporcionando que a gente olhe olho no olho dos trabalhadores e trabalhadoras e deixe bem claro que, se privatizar, a tarifa vai aumentar porque o modelo que ele está propondo de barateamento da tarifa é com subsídio da privatização”.
Informações: Sintaema.
O plebiscito popular prossegue até o dia 5 de novembro. Para saber onde votar acesse o site contraprivatização.com
Confira no Youtube do Sintaema a audiência na íntegra