Há 70 anos, em meio a protestos de trabalhadores contra a alta do custo de vida e por melhores condições laborais, como as emblemáticas greves dos 300 mil e dos Marítimos, saía do papel a Petrobras, uma das maiores empresas de petróleo do mundo. Inaugurada em 3 de outubro de 1953, ela exerce um papel estratégico para o desenvolvimento do Brasil e é considerada símbolo de soberania para o País.
Para comemorar a data, aqueles que contribuem para o sucesso da empresa fizeram uma passeata nesta terça-feira (3), no Centro do Rio de Janeiro, em defesa das estatais e em apoio aos trabalhadores das empresas públicas de transportes de São Paulo, que estavam em greve contra os planos de privatização em andamento no governo paulista.
Em um ato que teve como ponto de partida a sede da Eletrobras, na Rua da Quitanda, as representações sindicais petroleira e marítima iniciaram, no meio da tarde, uma caminhada que passou pela Praça da Candelária – local onde ocorreram mobilizações históricas, como a Passeata dos 100 mil – e encerraram o dia em frente ao edifício sede da Petrobras (Edise), na Avenida República do Chile.
Lideranças sindicais, partidárias e estudantis também se manifestaram contra privatizações realizadas no governo Bolsonaro, como a da Eletrobras, e defenderam a reestatização da empresa.
O diretor-procurador do Sindmar, Marco Aurélio Lucas, ressaltou a importância da luta coletiva para garantir que empresas-chave, como a Petrobras, não corram o risco de serem entregues à iniciativa privada e permaneçam nas mãos do Estado.
“Por pouco, nós não perdemos parte mais significativa da Petrobras e outras empresas que se encontravam em processo de privatização. Ainda assim, o governo anterior causou prejuízos enormes ao Brasil com a venda fatiada de ativos. Os descontos abusivos nos contracheques dos participantes e aposentados dos Planos Petros também aumentaram. Queremos que a Petrobras traga avanços para corrigir isso”, afirmou.
Já o diretor para Assuntos Marítimos da Conttmaf e segundo-presidente do Sindmar, José Válido, defendeu a valorização da Marinha Mercante nacional e o aumento da frota de navios da Transpetro.
O dirigente sindical destacou a relevância da empresa para a economia do País tendo em vista que ela representa o braço do Estado na navegação. Segundo ele, nos anos 90, na antiga Frota Nacional de Petroleiros – antecessora da Transpetro – a Petrobras chegou a ter 79 navios em atividade. Hoje, são somente 25.
“Agora, a Petrobras tem à sua disposição apenas 1/3 da quantidade de embarcações que possuía. Isso causa estranheza, porque a produção e a demanda por navios para fazer o transporte do petróleo e os seus derivados aumentaram”, concluiu Válido, ao avaliar que o governo federal e a Petrobras precisam aumentar a frota para atender às necessidades do País.