Por Adilson Araújo, presidente da CTB
A Petrobras completa nesta terça-feira (3) 70 anos de existência, o que é motivo de celebração e mobilização não só para a combativa categoria dos petroleiros e petroleiras como também para o conjunto da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Alvo da sanha privatista da extrema direita e da direita brasileira, a estatal sempre teve e mantém um papel estratégico no desenvolvimento nacional.
A empresa foi criada no dia 3 de outubro de 1953, data em que o então presidente Getúlio Vargas sancionou a lei que criou a Petróleo Brasileiro S/A, a Petrobras, e instituiu o monopólio estatal da exploração, extração, refino e transporte de óleo bruto.
Em 2006, durante o governo Lula, o Brasil alcançou a autossuficiência na produção do precioso combustível, alvo da cobiça das potências imperialistas e motivos de conflitos políticos e guerras em diferentes pontos do planeta, com destaque para o Oriente Médio.
Ao longo de sua história, a Petrobras deu grandes contribuições ao desenvolvimento econômico, cultural e científico do país, investiu em pesquisa, inovação e desenvolvimento e foi pioneira na exploração de petróleo em águas profundas. Ainda é a maior estatal do Brasil e uma das maiores petroleiras do mundo.
É preciso assinalar que por todo este tempo, a empresa foi assediada por entreguistas e privatistas. Após o golpe de 2016, nos governos Temer e Bolsonaro, a Petrobras foi enfraquecida e colocada a serviço dos acionistas privados. Em 2022, a direção bolsonarista da estatal distribuiu o valor recorde de R$ 112 bilhões em dividendos, sacrificando os investimentos produtivos e o desenvolvimento nacional. Foi a segunda maior empresa do mundo em pagamento de dividendos.
Refinarias foram privatizadas na bacia das almas e a direção da empresa impôs ao povo a Política de Paridade Internacional de Preços, o que na prática significou a dolarização dos preços do combustível e seus derivados no Brasil, o que acelerou a inflação e a carestia, sacrificando os consumidores para alimentar a sede de dividendos dos acionistas estrangeiros.
A vitória de Lula foi a derrota das forças que conspiram pelo enfraquecimento e a privatização desta estratégica empresa, que foi resgatada de mãos entreguistas nas eleições presidenciais de 2022 e deve reorientar seus rumos. Em vez de servir aos interesses privados de bilionários ociosos (rentistas que vivem sem trabalhar à base de dividendos), ela deve servir aos interesses maiores do povo e da nação brasileira.
Por tudo isto, o momento de celebração dos 70 anos da Petrobras é ao mesmo tempo a hora de reiterar e intensificar a mobilização e a luta da classe trabalhadora e das forças democráticas e patrióticas em defesa da estatal, pelo seu fortalecimento e engajamento no projeto de desenvolvimento nacional sustentável e na transição energética justa.