Presidente Lula critica desigualdade e defende reforma na governança global na Assembleia Geral da ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proferiu um discurso marcante durante a 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York. Ele abordou diversas questões globais, desde a desigualdade até a necessidade de reformas na governança global e o combate às mudanças climáticas. Além disso, o presidente destacou a importância da cooperação internacional e criticou o protecionismo adotado por países ricos. O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), esteve presente no evento.

“Esta reunião da ONU ocorre em um momento histórico carregado de desafios para a humanidade. Vivemos uma crise de múltiplas faces. Vemos a exacerbação da crise ambiental, evidenciada pela multiplicação dos desastres naturais e mudança climática, e da crise geopolítica, marcada pela decomposição da ordem capitalista mundial hegemonizada pelos EUA. É notório o agravamento das desigualdades entre o centro e a periferia do sistema imperialista e entre as classes sociais, com o crescimento geométrico da riqueza num polo e da miséria no outro. A CTB luta por uma nova ordem mundial mais justa, contra as desigualdades e a fome. Os povos de todo o mundo anseiam por um novo mundo, um mundo sem guerras, um mundo sem fome, um mundo sem desemprego e sem exploração, um mundo em que as nações tenham o direito de definir soberanamente suas políticas econômicas e seus destinos. Nós estamos convencidos de que isto é possível e é este o recado da classe trabalhadora e do movimento sindical brasileiro aos líderes das nações de todo o mundo”, disse Adilson Araújo.

Desigualdade como o principal desafio e reforma na governança global

Lula enfatizou que a desigualdade é o principal desafio da humanidade e que a fome, a pobreza, a guerra e o desrespeito aos direitos humanos devem inspirar indignação nos líderes políticos. Ele afirmou que a Agenda 2030 da ONU, voltada para o desenvolvimento sustentável, pode se tornar um fracasso se não houver ações mais efetivas para reduzir a desigualdade.

O presidente defendeu a necessidade de reformas na governança global, argumentando que o modelo atual não representa a geopolítica do século 21. Ele pediu por uma representação adequada de países emergentes em órgãos como o Conselho de Segurança da ONU e destacou a perda de credibilidade desse conselho devido a ações de seus membros permanentes.

Combate às mudanças climáticas, paz e resolução de conflitos

Lula cobrou que os países ricos cumpram seus compromissos internacionais, incluindo a doação de US$ 100 bilhões por ano para que países em desenvolvimento preservem suas florestas. Ele enfatizou a necessidade de um modelo de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente sustentável.
O presidente defendeu a paz e condenou os conflitos armados como uma afronta à racionalidade humana. Ele ressaltou a importância de criar espaços de diálogo nas instâncias internacionais e investir mais em desenvolvimento do que em armamentos.

Críticas ao protecionismo, ao enfraquecimento do comércio multilateral, a extrema direita e ao neoliberalismo

O presidente criticou o protecionismo adotado pelos países ricos e mencionou a paralisia da Organização Mundial do Comércio e elogiou o Brics como uma plataforma estratégica para a cooperação entre países emergentes.
Lula destacou que o desemprego e a precarização do trabalho contribuíram para o surgimento da extrema direita em várias partes do mundo. Ele criticou o neoliberalismo por agravar a desigualdade econômica e política.

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