O Grito dos Excluídos E Excluídas em 2023 foi marcado por uma mobilização vigorosa em prol da justiça, igualdade e direitos humanos. Essas manifestações destacaram a necessidade de abordar questões urgentes, como a violência racial, reivindicações sindicais e a busca por acesso à água, fim da fome e garantia da justiça social. Sob o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os participantes expressaram esperança de que medidas efetivas possam ser implementadas para combater a exclusão social e construir um futuro mais justo e democrático para todos. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), esteve presente nos atos em todo país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Goiânia e Sergipe.
Grito dos Excluídos denuncia a privatização da Sabesp e serviços essenciais em São Paulo
Em São Paulo, uma das principais pautas foi a oposição à privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e de outros serviços essenciais, como o metrô e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
O protesto teve início na Avenida Paulista e culminou no Parque do Ibirapuera, reunindo participantes de diversos movimentos sindicais e sociais. Durante a marcha, foram enfatizados direitos fundamentais, como o acesso à água, saneamento básico e transporte público de qualidade. A Central dos Trabalhadores do Brasil em São Paulo (CTB-SP) e a direção do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente) estiveram presentes na caminhada.
Um dos principais alvos de críticas durante o protesto foi o governador Tarcísio de Freitas, acusado de priorizar a privatização da Sabesp em detrimento das políticas de tarifa social e subsídio cruzado, que beneficiam a população. Pesquisas indicam que a maioria da população paulista é contrária à privatização da Sabesp, tornando esse movimento um veículo importante para a manifestação desse descontentamento.
Grito dos Excluídos em Salvador
Milhares Marcham pela Justiça e Proteção ao Povo Negro e Quilombola:
No dia 7 de setembro, Salvador testemunhou uma impressionante mobilização de milhares de pessoas, incluindo sindicalistas, estudantes e ativistas das lutas sociais, na 29ª edição do Grito dos Excluídos, uma manifestação tradicional que celebra a Independência do Brasil. Entre as muitas bandeiras erguidas durante o evento, uma das mais proeminentes foi a busca por justiça e proteção para o povo negro e quilombola. Participantes carregaram cartazes e fotos de familiares e amigos que foram vítimas da violência, incluindo o trágico assassinato de Mãe Bernadete Pacífico, ocorrido em 17 de agosto, em Simões Filho.
Demandas Sindicais e a Esperança Sob o Novo Governo de Lula:
Várias entidades sindicais estiveram presentes no Grito dos Excluídos, coordenadas pelas centrais CTB e CUT. Emanoel Souza, vice-presidente da CTB Bahia, destacou que esta foi a primeira edição do Grito dos Excluídos sob o novo governo do presidente Lula. Ele lembrou que durante os governos democráticos entre 2003 e 2016, o Brasil deixou de ser um país faminto, mas lamentou a volta da exclusão social durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. No entanto, Souza também ressaltou que as medidas adotadas pelo governo já estão mostrando resultados, como o crescimento econômico, a redução do desemprego e o aumento dos salários, o que fortalece o compromisso com a reconstrução do país.
“Você tem fome e sede de quê?”
Enquanto no ano passado a pergunta “Independência para quem?” dominou as discussões, este ano, sob o governo democrático de Lula, o lema central foi “Você tem fome e sede de quê?”. Esse lema provocativo levou os participantes a refletirem sobre questões cruciais, como o acesso à água, o fim da fome e a garantia da justiça social. Contudo, o Grito dos Excluídos manteve seu lema geral, que é “Vida em Primeiro Lugar”.
Grito dos Excluídos no Rio de Janeiro
CTB-RJ na Vanguarda da Manifestação:
No Rio de Janeiro, a Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB) também marcou presença na 29ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas, que ocorreu na manhã do dia 7 de setembro. Esta manifestação, que tradicionalmente acontece no Dia da Independência, contrasta com o desfile militar oficial da data. O objetivo do evento, ano após ano, é dar protagonismo e voz àqueles e aquelas que geralmente não são lembrados nas versões oficiais da história, revelando as lutas e o protagonismo do povo, das classes populares e trabalhadoras.
Compromisso com a Justiça e Igualdade:
Katia Branco, vice-presidenta da CTB Rio de Janeiro, enfatizou o compromisso da organização em lutar por justiça e igualdade. Ela expressou a importância de buscar justiça para casos como Amarildo, Marielle e Anderson, e para todos os trabalhadores e filhos de trabalhadores vítimas de políticas de segurança pública que transformam favelas e periferias em campos de guerra. Além disso, a CTB destacou sua luta contra assédio, violência contra mulheres, LGBTQIAP+fobia e racismo estrutural, chamando a classe trabalhadora à ação para construir um Brasil mais justo, democrático, igualitário e livre de todas as formas de preconceito e opressão.
Marcha até o Museu do Amanhã:
A concentração do evento no Rio de Janeiro teve início às 9 da manhã, e o cortejo só se iniciou após o fim do desfile militar, por volta de 12h. Os trabalhadores e trabalhadoras, junto com coletivos organizados de estudantes e movimentos populares, seguiram em marcha sem incidentes até o Museu do Amanhã, na Praça Mauá, demonstrando determinação em lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.
Sergipe: Política e importância da participação cidadã
Em Sergipe, o evento começou com uma concentração na Catedral Metropolitana de Aracaju, onde ocorreu um Ato Ecumênico e atividades culturais. Em seguida, os manifestantes saíram em caminhada pelas ruas do Centro de Aracaju até a Praça da Bandeira, distribuindo panfletos informativos sobre a situação política em Sergipe e no Brasil, destacando seu impacto na vida dos servidores estaduais e da população em geral.
Entre as entidades vinculadas à CTB-SE estavam o Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público (Sintrase), o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (Seese) e o Sindicato dos Comerciários de Nossa Senhora do Socorro, além das lideranças da União da Juventude Socialista (UJS) e da União Brasileira das Mulheres (UBM).
Adêniton Santana, presidente da CTB-SE, ressaltou a importância do evento como um meio de denunciar as adversidades enfrentadas pelos servidores públicos estaduais e de conscientizar a população sobre o papel vital da política em suas vidas, desde a determinação do preço de produtos básicos, como carne e gasolina, até a formulação de políticas econômicas e sociais.
Em tempos de debates acalorados sobre a gestão pública e a participação cidadã, o Grito dos Excluídos em Sergipe serviu como um espaço para reforçar o compromisso com a democracia e a importância de todos os cidadãos se envolverem ativamente na política para garantir um futuro mais justo e igualitário.
Com ifnormações: CTB-RJ e CTB-BA.