Em mais um claro sinal de declínio do chamado Ocidente e fracasso das sanções lideradas pelos Estados Unidos contra a Rússia, o país presidido por Putin ultrapassou a Alemanha e se tornou a quinta maior economia do mundo.
Quando Washington impôs sanções a Moscou, arrastando as potências europeias para a mesma política, a mídia imperialista comparou as medidas a uma bomba atômica lançada sobre a economia russa e alardeou que a nação euroasiática seria precipitada numa grande crise.
Mas, não foi o que ocorreu. O que se viu, desde então, foi um progressivo isolamento do chamado Ocidente. Países asiáticos, africanos e latino-americanos não embarcaram na aventura americana e quem parece ter saído mais prejudicado nesta história foi a Alemanha e outros países europeus dependentes da energia fornecida pelos russos.
Previsões sombrias
De acordo com o Banco Mundial, o PIB da Rússia ultrapassou em 2022 os US$ 5 trilhões pela primeira vez, o que a colocou à frente das três maiores economias europeias pelo critério de paridade de poder de compra (PPP) – que mede uma economia pelo poder efetivo de compra.
O presidente russo, Vladimir Putin, comemorou. “Apesar, para ser franco, das previsões sombrias que às vezes soavam e continuam a soar por parte de alguns especialistas, principalmente, é claro, ocidentais, a Rússia, no final de 2022, entrou entre as cinco maiores economias do mundo”, afirmou no Conselho de Desenvolvimento Estratégico e Projetos Nacionais.
Os primeiros quatro colocados são a China, que se transformou na maior economia do mundo, os EUA, Índia e Japão. Ou seja, entre as cinco maiores economias do mundo três pertencem ao Brics. Se o dólar for utilizado como unidade de conta, a Rússia fica em oitavo lugar, atrás dos EUA, China, Japão, Alemanha, Índia, Reino Unido e França.
Mas a Paridade de Poder de Compra (PPC) é um critério mais realista, uma vez que a moeda estadunidense é sobrevalorizada, o que pode ser percebido no formidável déficit comercial do país, que em 2022 esteve perto de US$ 1 trilhão.
Tiro no pé
As autoridades russas salientaram em mais de uma ocasião que o seria capaz de resistir às sanções que o Ocidente começou a aplicar há alguns anos e continua a intensificar. Além disso, Putin sublinhou que a economia russa regista um crescimento estável.
“Mas desde o terceiro trimestre, o crescimento econômico já começou na Rússia e agora as suas taxas estão bastante estáveis. Assim, no segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado”, disse Putin.
Verificou-se um deslocamento das relações econômicas da Rússia para países considerados em desenvolvimento, em particular para a Ásia e para a China, o que também ocorreu em detrimento do Ocidente. Neste sentido, as sanções funcionaram até o momento como um tiro no pé.
O presidente russo sublinhou que os setores da economia com maior crescimento são aqueles que não estão relacionados com a exploração de recursos naturais, como o petróleo e o gás. Anteriormente, o líder russo sublinhou que a política de contenção e enfraquecimento da Rússia é uma estratégia ocidental de longo prazo, e também observou que as sanções causaram graves danos a toda a economia mundial.
Por outro lado, o uso do dólar como arma contra a Rússia também contribuiu (e muito) para abalar a confiança da comunidade internacional na moeda estadunidense e precipitou os movimentos por alternativas, entre elas a criação de uma moeda própria do Brics, tema que foi pauta de sua última e exitosa cúpula, quando seis novos membros (Argentina, Irã, Egito, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes) foram admitidos.