Por Altamiro Borges
O tenente-coronel Mauro Cid, o ex-faz-tudo do fascista Jair Bolsonaro, manteve-se em silêncio acovardado na semana passada durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas. Patético, ele se recusou a responder à deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) até sobre sua própria idade. Mas o covardão, que está preso desde maio por vários crimes, não conseguiu aliviar a sua barra. O milico está quieto, mas seu celular segue bem falante, revelando os podres e as conspirações do covil bolsonariano.
Nesta sexta-feira (14), o site Metrópoles trouxe outras confidências constrangedoras do tenente-coronel. Elas tratam das relações tensas do ex-ajudante de ordens do presidente com a primeira-dama. “Dona Michelle era muito difícil e não gostava de mim”, afirma o puxa-saco do “capetão” em um dos trechos vazados. Em outros, Mauro Cid “contou que ficava no meio do fogo cruzado entre Jair e Michelle Bolsonaro quando o assunto era, principalmente, o pagamento de contas da família, em dinheiro vivo, na boca do caixa”, descreve o site.
Faturas dos familiares da primeira-dama
“O oficial do Exército diz, por exemplo, que Michelle era uma pessoa de difícil trato no dia a dia – e que não ia com a cara dele… Cid conta que tinha ordens explícitas de Bolsonaro para pagar contas da própria Michelle, mas que o então presidente detestava que ele pagasse também faturas de familiares da primeira-dama. Mesmo assim, ela mandava essas contas com ordens para pagar. E, diz ele, quando isso acontecia não havia muito o que fazer, sob pena de arrumar mais problemas com Michelle”.
“Não ia me meter em briga de casal. Se ela pedia, eu depositava”, desabafou o tenente-coronel em uma das conversas. Em outra mensagem, ele afirma que preferia nem saber quais eram as despesas que precisavam ser pagas. Repetia que, se a ordem era da “dona Michelle”, liberava a grana sem titubear. “E assim foram feitos pagamentos do plano de saúde do irmão, mensalidades da faculdade da irmã, depósitos em contas de outros parentes de Michelle e, ainda, inúmeras entregas de recursos em espécie nas mãos de integrantes do staff que servia a Michelle. Saiu dinheiro até para ajudar no funeral da avó da primeira-dama”.
O ex-faz-tudo do fascista jura que usava sempre dinheiro sacado de contas do próprio Jair Bolsonaro para fazer os pagamentos. E que não misturava com os recursos dos cartões corporativos da Presidência da República. Mas essa suspeita é alvo de investigação pela Polícia Federal. Mauro Cid se recusa a dizer a sua própria idade, afrontando o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, mas seu celular segue revelando os podres do covil bolsonariano. Até quando ele ficará em silêncio, mesmo sendo abandonado na estrada pelo “mito”?