Em entrevista ao Canal do Barão na noite de quarta-feira (12), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que a terceirização das atividades econômicas, cujos limites foram abolidos por reforma da legislação imposta durante o governo do golpista Michel Temer, está contribuindo crescimento do trabalho análogo ao da escravidão.
“Analisando as operações que fizemos ao longo deste ano”, de combate à escravidão moderna, “nós temos em torno de 1600 trabalhadores e trabalhadoras libertadas de condições análogas à escravidão e quase todos, mais de 90%, são relações de trabalho terceirizadas. A empresa principal que subcontrata, a outra que subcontrata, a outra que subcontrata e o contratante principal não tem responsabilidade solidária em relação aos direitos trabalhistas. A precarização prevalece e lá na ponta temos o trabalho escravo”, afirmou o ministro.
Entre as razões, ele apontou que cada contratante procura tirar o máximo de lucro, tendo por fonte o trabalhador. “Por isto eu digo que a terceirização é irmã gêmea do trabalho escravo. Muita gente não gosta, eu sei disto, mas não vim aqui para agradar, vim para botar o dedo nas feridas e chamar a atenção da sociedade”.
Durante a entrevista, ele também condenou o uso do empreendedorismo como pretexto para fraudar a legislação trabalhista e defendeu a regulamentação do trabalho nos aplicativos.
Campanha pela redução da jornada
Marinho voltou a cobrar das centrais sindicais o lançamento de uma campanha pela redução da jornada de trabalho.
“As centrais não vão voltar a falar da jornada de trabalho? Pelo amor de Deus! Tem que pautar a jornada de trabalho. É evidente que tem de pautar e tem que dialogar com o Parlamento porque é o espaço para fazer uma concertação entre trabalhadores e empresários”, conclamou.
Assista no vídeo abaixo a íntegra da entrevista concedida pelo ministro ao Canal do Barão