Nesta terça-feira (03), foi realizada a primeira reunião da Comissão Temática do Conselhão, onde foi instaurada a Comissão Temática de Assuntos Econômicos, com o objetivo inicial de discutir pautas econômicas, como medidas para reduzir a taxa básica de juros (Selic) e reforma tributária. O encontro contou com a participação do Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o secretário Executivo do Conselhão, Paulo Henrique Pereira, o secretário Extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, além de conselheiras e conselheiros. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), foi representada no evento pelo presidente Adilson Araújo.
Durante a reunião, diversos temas foram abordados, com destaque para a política de juros adotada pelo governo. Diante do cenário econômico desafiador, a discussão sobre a taxa de juros tornou-se fundamental para estimular o investimento, o consumo e a geração de empregos. A comissão dedicou-se a avaliar diferentes estratégias e propor ações que possam contribuir para uma política monetária mais favorável ao desenvolvimento econômico do país.
Além disso, a Comissão Temática do Conselhão busca alinhar esforços para impulsionar a aprovação de projetos fundamentais para a retomada do crescimento econômico e o fortalecimento do ambiente de negócios no Brasil. Entre os temas prioritários estão as reformas estruturais, como a reforma tributária, que visa simplificar o sistema de arrecadação de impostos e promover maior justiça fiscal. “Defendemos uma reforma tributária progressiva, que diminua a carga sobre o consumo e a renda e que tribute a riqueza, a herança, o patrimônio. Como existe no resto do mundo, quanto mais patrimônio, mais herança, mais imposto. Ser rico no Brasil é um privilégio, ser pobre é ser jogado na cracolândia”, disse o presidente CTB, Adilson Araújo.
Assim, Adilson revela que o movimento sindical e toda a sociedade devem seguir lutando por uma maior isenção do Imposto de Renda e sobre bens dos mais ricos. “Quem ganha R$5 mil hoje tem subtraído 27,5%, é algo absurdo quando na realidade que temos o rico tem isenção sobre a compra de aeronaves, helicópteros, iates, jet ski. O 1% mais rico do Brasil concentra a metade de toda a riqueza nacional. Não podemos mais conviver com essa condição. Por isso a necessidade de isenção para quem ganha até R$5 mil que é proposta de campanha do Lula, que disse que ia fazer e não fez. Isentou só quem ganha até R$ 2.640″, frisou o presidente.
As centrais sindicais indicaram 10 pontos para uma tributação mais justa:
- Desonerar a cesta básica, avançando sobre os demais impostos, com controle de repasse para os preços, colaborando para redução dos impostos indiretos (previsto na reforma tributária);
- Tributar lucros de dividendos;
- Aumentar os impostos sobre a propriedade da terra;
- Tributação sobre a remessa de lucros das empresas estrangeiras;
- Instituir o imposto sobre grandes fortunas;
- Corrigir a tabela do Imposto de Renda, aumentando sua progressividade (a correção da tabela está em andamento, mas é necessário ampliar o número de faixas e alíquotas);
- Tributar os bens supérfluos e de luxo;
- Melhorar a cobrança do imposto sobre herança (previsto na Reforma);
- Cobrar IPVA sobre embarcações e aeronaves (previsto na Reforma);
- Aumentar a transparência sobre a tributação (previsto na Reforma).
Com informações: vermelho.org.br
Fotos: André de Oliveira