De acordo com números preliminares do primeiro semestre de 2023, elaborados pelo Dieese, os servidores públicos dos poderes executivos estaduais realizaram 68 greves no período: 39 envolvendo profissionais da educação; 13, da saúde; três de profissionais que atuam em fundações e institutos.
Houve ainda uma paralisação na segurança pública. Foram promovidas sete mobilizações, de modo conjunto, por trabalhadores de todas as pastas – ou por profissionais de outras. Servidores dos judiciários estaduais cruzaram os braços cinco vezes.
Perdas acumuladas
No período considerado, a exigência de reajuste salarial fez parte de cerca de 79% das pautas das greves dos servidores e a demanda por mais investimentos nos serviços públicos, de aproximadamente dois quintos (43%).
As reivindicações pela implantação, modificação ou cumprimento dos planos de cargos, carreiras e salários estava entre as demandas de um terço das greves (35%), proporção parecida com a exigência de pagamento do piso salarial (32%).
No caso dos profissionais docentes da educação, trata-se da reivindicação de reajuste de 14,95% no piso.
Entre profissionais da enfermagem, permanece o impasse entre a lei aprovada no Congresso Nacional e a suspensão liminar que impediu que o piso fosse aplicado. Em 16/06, novo pedido de vista (mais tempo de análise) adiou pela segunda vez o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal.
Os servidores públicos estaduais, por meio das greves por reajuste de salários, continuam chamando a atenção para as grandes perdas inflacionárias acumuladas por períodos frequentemente longos – que chegam mesmo, em alguns casos, a ultrapassar quatro anos.
O arrocho é consequência de políticas fiscais restritivas impostas com o propósito de não comprometer o pagamento das dívidas públicas. Os problems se agravaram depois do golpe de 2016 nos governos Temer e Bolsonaro com a imposição do Teto de Gastos, congelamento dos salários e dos concursos públicos, bem como a forte redução dos investimentos públicos.
Fonte: Dieese