CTB protesta contra os juros altos em todo país

Na manhã desta terça-feira (20), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e demais centrais sindicais, participaram dos atos de rua em todo Brasil contra a política de juros implementada pelo Banco Central (BC). As manifestações foram em frente as sedes do BC.

A taxa primária de juros (Selic) encontra-se em 13,75% ao ano e sua permanência tem sido apoiada pelo atual presidente do Banco Central (BC), Campos Neto, que foi nomeado para o cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.

O vice-presidente da CTB, Rene Vicente, falou sobre as dificuldades enfrentadas pela população com a alta taxa de juros. “Nós que defendemos um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda visando combater essa brutal desigualdade no país, não podemos admitir uma taxa de juros que causa o desemprego e afoga a reindustrialização do país. Do nosso lado esquerdo aqui do caminhão, nós temos um carro cortado ao meio, demonstrando que quando um trabalhador compra um carro, metade do que ele paga é juros. Do nosso lado direito, nós temos aparelhos eletrodomésticos, geladeira e prédios, mostrando que um trabalhador quando compra um apê ele paga três vezes mais de juros. É por isso que em nosso país mais de sessenta milhões de brasileiros e brasileiras estão no Serasa, afundados (as) no cartão de crédito. Fora Campos Neto!”, disse Renê.

Gelson Alves, secretário-geral da CTB Minas, falou sobre a importância dos protestos para alertar a população.  “É importante que a população trabalhadora, que está passando aqui pelas ruas, saiba que os juros altos têm um impacto direto no arroz e feijão que nós comemos todos os dias. Nos últimos tempos nós vimos que o preço do alimento foi lá em cima, e hoje graças a nova política e do governo, o preço dos alimentos tende a baixar e o que impede isso são os juros altos, praticados pelo presidente do Banco Central que é o Campos Neto, que tem como propósito deixar a população mais pobre”, destacou Gelson.

O vice-presidente da CTB, Vicente Selistre, ressaltou a necessidade dos protestos. “É de interesse de todo brasileiro que quer ver um país justo, que nós tenhamos recursos para investir em saúde e educação. Para isso temos que baixar os juros. Por isso estamos em frente ao Banco Central protestando. Juros baixos, é menos juros e mais direitos ao povo brasileiro”, enfatizou Vicente.

Guiomar Vidor, presidente da CTB-RS, falou sobre o próximo desafio da causa. “Foi uma importante mobilização que se torna cada vez mais fundamental, para que façamos esse debate com a sociedade, e esclareçamos os impactos que essa taxa de juros tem. O nosso grande desafio é incorporar outros setores da sociedadade, como empresariais, nesse movimento, e transforma-lo em um movimento cívico nacional que está intrinsicamente ligado a questão da retomada de desenvolvimento econômico e geração de emprego”, frisou Guiomar.

Kátia Branco, vice-presidente do sindicato dos bancários do Rio de Janeiro, frisou que os juros pagos pela população são para pagar a dívida dos bancos. “O próprio mercado sinaliza para uma queda da inflação, o dólar está em baixa e a bolsa tem subido, prevendo a também uma queda dos juros. Só a manutenção da sabotagem do Campos Neto explicaria a manutenção dos juros nas alturas. Claro que a dívida pública é alta, mas ao manter a Selic nas alturas, além de elevar o endividamento de empresas e da população, o BC aumenta ainda mais a dívida do governo. Metade do que os brasileiros pagam de impostos é para o pagamento da rolagem da dívida do governo aos bancos”, disse.

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontecerá nesta terça (20) e quarta (21) para discutir os rumos da taxa Selic. Por isso, trabalhadores de todo o Brasil estão se organizando para promoverem atos para cobrar do Copom a redução da taxa de juros. A próxima reunião do Copom acontece em 1º e 2 de agosto.

Além de São Paulo, a CTB integrou a mobilização realizada nas principais cidades, como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Salvador.

Ato em São Paulo

Ato no Rio Grande do Sul

Ato em Brasília

Ato no Rio de Janeiro