A direção plena da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, se reuniu em Porto Alegre na manhã desta terça-feira (06), para debater os desafios atuais da conjuntura e preparar as próximas pautas da entidade. Entre as definições estão a prioridade para a luta pela queda dos juros de Banco Central e pelo reajuste do Salário Mínimo Regional.
Na parte de atualização da conjuntura, o presidente do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Rio Grande do Sul (SINTERGS), Antônio Augusto Medeiros, palestrou sobre os desafios os trabalhadores sob o novo governo Lula e a disputa política em curso no país.
Ele celebrou a aprovação da política de valorização do salário mínimo, igualdade salarial entre mulheres e homens e a reinserção do Brasil na política internacional. Também destacou a retomada de programas sociais, mas lamentou que o chamado arcabouço fiscal fora aprovado em um ambiente hostil e tenha sido modificado com sérias limitações orçamentárias que comprometem o pleno desenvolvimento de políticas e de programas sociais, além da realização de concursos públicos e a concessão de aumento salarial ao funcionalismo público.
O Presidente Estadual da CTB, Guiomar Vidor destacou que o índice de apenas 9% anunciado pelo Governador é insuficiente e lamentou a postura atrasada e incoerente das entidades patronais – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Federação do Comércio de Bens (Fecomércio), que foram para a mídia, novamente, defendendo a extinção do dispositivo. “É incoerente porque ignoram que há uma defasagem no valor atual do Salário Mínimo Regional, que não teve as devidas correções do INPC durante os governos Leite. Os 9% que o governo está propondo sequer repassa a inflação do período. Lembrando: ficaram 4,5% para trás no reajuste, ainda referentes a 2020; este que deveria ser somado aos 5,73% referentes a inflação com base em fevereiro deste ano. Só isso daria um reajuste de 10,47%. A CTB e Fórum das Centrais defendem um reajuste de 15,42% para que o Salário Mínimo do RS tenha valorização real e volte a valer 1,28 salários mínimos nacionais, que fora o padrão na sua criação,” finalizou Guiomar.
ATO CONTRA JUROS ALTOS
Outro debate prioritário da reunião foi a organização de um ato público de protesto pela redução da Taxa de Juros SELIC. A Atividade será em Porto Alegre no dia 20 de junho, a partir das 10h, em frente a superintendência do Banco Central. Ela contará com a participação e mobilização das centrais sindicais, federações de trabalhadores, sindicatos, movimentos populares e sociais e partidos políticos.
No final do encontro, os dirigentes avaliaram também a estrutura interna da CTB, organização das coordenarias regionais e cursos de formação sindical com foco na qualificação técnica e política dos dirigentes de todo o estado.