Por Altamiro Borges
Além das cruéis demissões dos últimos dias, o Grupo Globo também está aproveitando o clima de terror gerado na emissora para pagar bem menos aos novos contratados. Segundo matéria de Ricardo Feltrin nesta sexta-feira (21) no site de entretenimento Ooops, “os recém-chegados estão com salários achatados. Hoje, no departamento de Esportes e Jornalismo, salários de cinco ou até seis dígitos são apenas lembranças de um tempo que não volta mais”.
“Jovens repórteres que estão chegando à TV Globo recebem um salário em torno de R$ 4.000. No passado, eles ganhariam o dobro… Para o cargo de apresentador que precisa fazer entradas diárias em quadros de telejornais matinais (esporte, entretenimento, meteorologia, etc.), por exemplo, o salário oferecido agora está em torno de R$ 7.000. No passado já houve gente com a mesma função ganhando R$ 30 mil, R$ 40 mil”.
A desgraceira deve prosseguir na emissora
Segundo o jornalista especializado em mídia, a nova onda de cortes e arrocho faz parte de um projeto, batizado de “Uma Só Globo”, que começou por volta de 2017. “Departamentos inteiros foram fechados e fundidos a outros; cargos foram eliminados; contratos a prestadores de serviço foram reduzidos e isso ainda não acabou”. Nos últimos dias, os ataques se intensificaram com centenas de demissões, que geraram terror na emissora.
Ricardo Feltrin até parece achar natural o desmonte. “Na área de dramaturgia, por exemplo, acabou aquela moleza de o artista receber salários sem trabalhar, apenas para a Globo ter exclusividade com ele ou com ela. Acabou a mamata dos salários altíssimos na Globo. As maiores vítimas dos cortes estão obviamente onde havia salários mais altos: dramaturgia e jornalismo. Entretanto, centenas de atores, atrizes e jornalistas que tinham soldos muito menores também estão sendo dispensados; o clima na redação é de tristeza”.
Já uma postagem no site Notícias da TV na quarta-feira (19) aponta que a desgraceira deve prosseguir. “A onda de demissões da Globo chegou à área de pesquisa e custou o cargo de Giani Scarini, chefe de Conhecimento do Consumidor, que estava na empresa desde 2000. Os cortes, que já passaram pelo Jornalismo e pelo Esporte, devem ocorrer até maio. A emissora, agora, reduz investimento em estudos de consumo do público brasileiro… A Globo planeja cortes em outras áreas, o que deve ocorrer em etapas. A cada dois dias, um setor estratégico faz o corte”.
Fotomontagem: Thomas Levinson