Apesar da anemia econômica, os resultados das negociações salariais de categorias com data-base em março revelam que ainda prevalece a tendência de melhora do quadro dos reajustes salariais observada ao longo dos últimos meses.
Em março, 74,1% dos 290 reajustes analisados pelo Dieese resultaram em ganhos acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE). Resultados iguais a esse índice foram observados em 21,4% dos casos e abaixo dele, em apenas 4,5%.
A variação real média dos reajustes em março (a média simples, descontada a inflação) foi positiva e ficou em 0,91%, a maior das últimas 15 datas-bases. Esse percentual é decorrente principalmente da grande incidência de resultados nas faixas de ganho de até 1% acima do INPC (cerca de 40% dos reajustes de março situam-se nessa faixa) e entre 1% e 2% acima da inflação (outros 15% situam-se nessa faixa de ganho real).
Em 2023, com a incorporação dos resultados da data-base março e de novos reajustes de janeiro e fevereiro, 71,6% das categorias obtiveram ganhos reais nos salários; 20,1% tiveram correções iguais ao INPC; e apenas 8,3% dos reajustes ficaram abaixo do índice da inflação. Das negociações com reajustes acima do INPC, cerca de 43% resultaram em ganhos de até 1%; e quase 37% ganhos entre 1% e 2%. Quanto aos resultados abaixo da inflação, quase a metade registrou perdas inferiores a 1%. No cômputo geral, a variação real média dos salários nos acordos e convenções coletivas analisadas pelo Dieese no ano é positiva: de 0,84%.
Fonte: Dieese