Por Nilvaldo Santana
Os atos deste ano serão pelo fim da atual política de juros do Banco Central, redefinição do papel da Petrobras e mais investimentos em infraestrutura econômica e social.
O 1º de maio é a data magna da luta dos trabalhadores. A homenagem aos mártires de Chicago, operários condenados à morte por realizarem uma greve por redução da jornada de trabalho, em 1886, originou a celebração desse dia em todo o mundo.
No Brasil, a primeira comemoração do 1º de Maio foi em 1892, em Porto Alegre, um ano depois da decisão da Segunda Internacional Socialista sacramentar esta data como o Dia Internacional dos Trabalhadores.
Neste ano, o ato das Centrais Sindicais terá como centro a luta pela revogação dos marcos regressivos das reformas trabalhista e previdenciária e mobilização em defesa do emprego, da renda, dos direitos e da democracia.
Essa luta é continuidade da pauta aprovada na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat), realizada em 7 de abril de 2022 e que foi em boa medida incorporada nas Diretrizes de Reconstrução e Transformação Nacional do agora presidente Lula.
Essa pauta ganhou um importante impulso a partir de uma plenária do presidente Lula com a presença de 500 lideranças sindicais de todo o país, realizada no Palácio do Planalto, no dia 18 de janeiro deste ano.
Nesta plenária, Lula aprovou a criação de três grupos de trabalho para tratar da política de valorização do salário mínimo, da regulamentação do trabalho com aplicativos e de medidas para fortalecer a negociação coletiva e a organização sindical.
Na área trabalhista, além desses grupos de trabalho, o governo Lula reajustou o salário dos funcionários públicos federais em 9% e enviou projeto à Câmara Federal abrindo crédito especial de R$ 7,2 bilhões para garantir o piso salarial dos enfermeiros.
Essas medidas iniciais são positivas, vêm ao encontro das demandas do movimento sindical e inauguram um novo período nas relações do sindicalismo com o governo federal.
Na convocatória do 1º de Maio, as centrais afirmam que é preciso virar a página de “um dos períodos mais difíceis da história recente do Brasil, com ataques à classe trabalhadora, à economia, aos direitos, à democracia e à soberania”.
Nos atos deste ano, os trabalhadores reafirmam a defesa de um novo rumo para o país, fim da atual política de juros do Banco Central, redefinição do papel da Petrobras e mais investimentos em infraestrutura econômica e social.
Essa agenda precisa de um Estado comprometido com desenvolvimento, valorização do trabalho, geração de empregos de qualidade; um Estado promotor da indústria e de mais investimentos em ciência, tecnologia e inovação.
Neste momento de viragem política do país, as manifestações de 1º de Maio reforçam a unidade e a luta das trabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros! Viva o Dia Internacional dos Trabalhadores!
*Nivaldo Santana é secretário de Relações Internacionais da CTB