O encontro entre os líderes sindicais com a primeira-ministra, Elisabeth Borne, na quarta-feira (5), foi classificado como um “fracasso” e teve como resultado imediato a convocação de novas manifestações para esta quinta-feira (6) contra a reforma da Previdência imposta pelo governo Macron.
Os sindicalistas exigiram a retirada da proposta, mas foi um diálogo de surdos, não houve acordo. “Dissemos novamente à primeifra-ministra que não poderia haver outra solução democrática exceto a retirada do texto, mas ela respondeu que queria mantê-lo, o que é uma decisão grave”, disse Cyril Chabanier, da CFTC, em em nome dos sindicatos.
A reforma neoliberal do presidente Emmanuel Macron eleva a idade mínima para desfrutar o direito à aposentadoria de 62 para 64 anos e o tempo de contribuição para receber o valor integral do benefício para 43 anos.
Temendo uma derrota na votação no Parlamento e depois de usar uma série de procedimentos parlamentares para limitar o debate, Macron decidiu em meados de março adotar a reforma por decreto, decisão que radicalizou os ânimos e foi denunciada como ditatorial pela oposição e pela maioria do povo francês, que apoia massivamente os protestos.
O impasse parece longo do fim e deve se refletir em novas cenas de conflito e radicalização das ruas. A classe trabalhadora francesa não parece disposta a entregar de mãos beijadas os direitos que arrancou na luta de classes conta a exploração capitalista. No Brasil, em contraste, o fascista Jair Bolsonaro conseguiu emplacar a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria urbana dos homens, apesar das manifestações de protestos (tímidas se comparadas às francesas) realizadas pelo movimento sindical.